Após morte de peão, ativistas criticam realização de rodeios em MS

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Após a morte de um peão em Paranaíba, membros de instituições e ativistas na luta pelo fim dos maus-tratos animais criticam a prática de rodeio e vaquejadas no país e destacam que fica cada vez mais claro que os eventos não podem ser considerados parte da cultura brasileira.

Para a diretora técnica do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, Vânia Plaza Nunes, o rodeio é um evento realizado por grandes empresários que visam apenas o lucro e os peões são pessoas iludidas que fazem parte do ato. “É um grupo de empresário que ganha em cima disso, pessoas que já possuem dinheiro e querem ganhar ainda mais. Eles prometem grandes prêmios para peões. Normalmente eles realizam rodeio e vaquejadas em cidades pequenas, mas isso não contribui em nada para qualidade de vida e os animais são submetidos a maus-tratos”.

Uéliton Flavio morreu durante rodeio realizado na Exposição de Paranaíba, após cair de um touro e ter a cabeça pisoteada pelas patas do animal. Vânia lamenta a morte do peão e destaca que o comportamento de um touro ou cavalo ao entrar na arena demonstra o nível de estresse que o animal foi submetido. “Não é um comportamento normal do animal, é nítido o nível elevado de estresse do animal. Infelizmente as pessoas ainda participam dessas práticas, se submetendo a grandes riscos. Os animais ficam com ferimentos pelo corpo, isso é inaceitável”.

Vânia revela que participou de audiências públicas em Cuiabá recentemente e os defensores das práticas acabam tentando justificar o ato comparando os animais a jogadores de futebol. “Ouvimos coisas absurdas, eles falaram que até o Neymar se machuca quando entra em campo, tentando justificar o fato dos animais saírem machucados. Não existe essa comparação, mas elas foram feitas”.

Assim como a diretora, a presidente do Abrigo dos Bichos da Capital, Maria Lúcia Netello, afirmou ao TopMídiaNews que basta avaliar o comportamento de um touro ou cavalo que adentra a arena de rodeio para perceber que o bicho é mau tratado. “Algumas pessoas falam que o rodeio é esporte, esporte é algo que causa prazer para aquele que pratica. No rodeio, o animal não fez a escolha de estar naquele local. É uma estupidez a continuação do rodeio, infelizmente, além do animal passar por coisas ruins, vidas estão se perdendo”.

Maria relembra que já presenciou um animal morrer em uma dessas disputas. “O touro chifrou o cavalo, que teve o intestino exposto e ficou ali agonizando no local. Essa situação tem que ser revista e essa prática tem que ser extinta”.

Ativista do movimento de defesa e proteção aos animais, Greice Maciel destaca que as pessoas devem se posicionar contra essa prática. “As pessoas podem escolher, os animais não. É lamentável que vidas estejam se perdendo nessas práticas que deveriam ser proibidas. Isso já foi debate político, mas não muda, continua sendo realizado”.

O caso

O peão Uéliton Flavio, 24 anos, conhecido entre amigos como Flavinho, morreu na noite de ontem (8), após cair do touro em que montava naExposição de rodeio de Paranaíba e ser pisoteado pelo animal. O rapaz era morador da região e participava das disputas com frequência.

De acordo com o Correio News, Flavinho disputava pela semifinal do rodeio. Ele ficou por alguns segundos em cima do animal e caiu embaixo do touro, sendo pisoteado na cabeça.

Flavio morreu na hora. A cena chocou espectadores e os organizadores do evento. Em abril, Uéliton montou no rodeio dos amigos do Elton Silva na cidade de Chapadão do Sul e também em Chapadão do Céu.

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