Bolsonaro sabe quem são aliados e terá filtro maior em novo partido

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residente deve migrar para outra agremição apenas com parlamentares que apoiam ele e seus filhos

Com a crise instalada no PSL em Brasília, o presidente do País vem cogitando deixar a agremiação e migrar para outro partido, porém, para conseguir levar seus aliados da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e das assembleias legislativas dos estados sem a perda de mandato, as alternativas são seguir para um novo partido ou todos os interessados buscarem a Justiça Eleitoral, a chamada justa causa.

O embate entre deputados federais que apoiam Jair Bolsonaro e outros simpatizantes do deputado federal Luciano Bivar, presidente do PSL nacional, tem refletido nos estados e deve continuar, caso o chefe governo federal mude de partido. A expectativa é de que tenha um filtro maior na escolha de novos filiados.

Conforme noticiado na imprensa nacional no fim de semana, Jair Bolsonaro enviou emissários para saber se o Partido Militar Brasileiro pode ser o seu destino, caso decida deixar a legenda pela qual foi eleito. A nova sigla é articulada pelo coordenador da bancada da bala, deputado Capitão Augusto (PL-SP), e está em fase final de criação, aguardando apenas o aval do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Conforme o Estadão Conteúdo, o pedido de criação do Partido Militar Brasileiro foi protocolado na Corte Eleitoral em fevereiro de 2018, após Augusto cumprir todas as etapas para o registro. Até hoje, porém, o TSE não definiu um relator para a solicitação e não há prazo para que isso ocorra. “Com o partido pronto, ele está à disposição do presidente”, disse Capitão Augusto, repetindo o que afirmou recentemente na conversa com Fraga.

A mudança de Bolsonaro pode causar uma reviravolta nas eleições de 2020, já que muitos dos eleitos em 2018 conseguiram votos levando o nome do então candidato à Presidência e não devem seguir com o presidente.

De acordo com o deputado estadual de Mato Grosso do Sul e amigo de Bolsonaro, Coronel David, muitos integrantes de diretórios regionais que foram estabelecidos por Luciano Bivar não devem seguir para uma nova agremiação.

David foi um dos responsáveis por estabilizar o PSL em Mato Grosso do Sul, porém, não conseguiu a presidência do partido porque Bivar indicou a senadora Soraya Thronicke ao cargo. A situação gerou uma indisposição entre os dois parlamentares e a crise permanece na agremiação. Questionado se deve ser o presidente regional caso Bolsonaro migre para um novo partido, David destacou que a escolha não cabe a ele. “Isso quem vai decidir é o presidente, lógico que ele vai escolher pessoas que estão sincronizadas com ele. A direção do partido aqui em MS acaba sendo escolha do Bivar, e não do Bolsonaro. A direção que era alinhada com o Bolsonaro foi substituída por decisão do Bivar”.

Com relação à filiação, o deputado disse que critérios podem ser adotados para que não ocorra a mesma crise do PSL. “Eu acho que ele vai fazer isso para evitar que ocorra em um novo partido o que aconteceu no PSL, o filtro será maior. É necessário porque o Bolsonaro já foi muito traído e precisa ter tranquilidade no partido para governar bem o Brasil”. David deve seguir com Bolsonaro para uma nova legenda.

A senadora Soraya Thronicke (PSL) decidirá no futuro se acompanha o presidente no partido que ele disse ter 90% de chance de mudar após crise no PSL. É que a parlamentar, ao migrar do PSL para outra agremiação, pode deixar de ocupar cargos importantes, como a presidência da Comissão da Agricultura. “Se sair, vou ter problema regimental para ocupar vagas importantes, úteis para viabilizar projetos do governo no Senado Federal”, explicou Soraya Thronicke, ressaltando que teria de deixar a presidência da Comissão de Agricultura, relatorias de projetos e outras funções, “não conseguiria atender o presidente em suas demandas”.

 O PSL tem três senadores: Flávio Bolsonaro (RJ), filho do presidente, Major Olimpio (SP) e Soraya.