Caso Henry: inquérito deve terminar na quinta; polícia não planeja ouvir Monique

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Está previsto para ser concluído na quinta-feira o inquérito que apura a morte de Henry Borel, de 4 anos. De acordo com fontes da polícia, não há a necessidade de a mãe do menino, a professora Monique Medeiros da Costa e Silva, prestar um segundo depoimento: a equipe responsável pelo caso acredita ter provas suficientes contra ela, que tenta, por meio de advogados, ser ouvida novamente.

Vista por investigadores como um instrumento de pressão, uma carta de 29 páginas escrita na cadeia por Monique foi entregue ontem à 16ª DP (Barra da Tijuca). Com o texto, advogados ainda esperam convencer a polícia a ouvir novamente a professora. No entanto, investigadores consideram que tudo não passa de uma estratégia para tentar colocar seu companheiro, o vereador Dr. Jairinho, como o único responsável pelo suposto assassinato.

Monique deixa a delegacia da Barra rumo à prisão: seus advogados tentam um novo depoimento
Monique deixa a delegacia da Barra rumo à prisão: seus advogados tentam um novo depoimento Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Em uma nota, a defesa da professora afirmou que reforçou, na delegacia, a necessidade de um novo interrogatório para Monique. Segundo a equipe de advogados, o inquérito que apura a morte de Henry não pode ser encerrado com “contradições internas”. Fontes afirmam que falta apenas um laudo pericial para a finalização do trabalho.

“Se existiram várias novas audições de pessoas que já tinham prestado declarações e alteraram seus depoimentos, maior razão ainda deveria ter a Autoridade Policial para ouvir novamente Monique”, diz um trecho da nota da defesa da professora, assinada pelos advogados Thiago Minagé, Hugo Novais e Thaise Mattar Assad.

Na carta, revelada pelo “Fantástico”, da Rede Globo, Monique muda o seu relato sobre a madrugada de 8 de março, quando Henry morreu. A professora havia dito que encontrou o filho desfalecido no chão de um quarto enquanto Jairinho dormia; agora, sugere que o vereador a dopou e afirma que ele a acordou, contando que o menino não respondia a estímulos e “respirava muito mal”.

Monique diz ainda que era ameaçada e agredida por Jairinho. Por isso, teria mentido em seu primeiro depoimento, sob a orientação dele. Na carta, relata episódios de violência e crises de ciúme por parte do vereador, e alega que suportou tudo porque queria garantir uma vida confortável para Henry.

O advogado Braz Sant’Anna, que representa o vereador, classificou a carta como uma “peça de ficção”.

— A carta não passa de uma peça de ficção, que não encontra apoio algum nos elementos de prova carreados aos autos. Não há realidade no relato dela — afirmou o advogado.