Decaptação de rival do PCC foi comandada por mulher no São Conrado, dizem testemunhas em audiência

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Durante audiência de instrução do caso em que Rudnei da Silva Rocha, 22 anos,  foi morto e decaptado no bairro São Conrado, em 2017, em Campo Grande, ficou constatado que uma mulher, por nome de Cristiane, comandava o julgamento de bandidos que estariam traindo a facção criminosa. Sete pessoas, entre elas uma menor de idade, são acusadas pelo crime. A sessão ocorreu na tarde desta sexta-feira (4), no Fórum de Campo Grande.

Cristiane era conhecida na facção como ‘Disciplina’, ou seja, era responsável por conduzir o julgamento de rivais ou traidores perante as lideranças da organização. Ela foi presa meses após o crime, mas como tem filho menor de 12 anos, cumpre prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica.

Na ocasião em que a polícia chegou na casa de Cristiane para prendê-la, ela estava participando de um outro julgamento por  videoconferência.

Crime

O corpo de Rudnei, que era conhecido como ‘Babidi’ foi encontrado no dia 7 de outubro, em uma estrada vicinal na região do Indubrasil, saída para Aquidauana. Uma outra acusada, Ayume, também usava tornozeleira, mas o aparelho quebrou e ela está foragida.

Conforme a acusação do Ministério Público, o crime ocorreu na Rua Internacional, no São Conrado. A vítima foi atraída para a casa para explicar seu envolvimento no Comando Vermelho, rival do PCC.

‘Babidi’ foi decaptado pelo PCC. (Foto: Reprodução Facebook)

A ‘reunião’, ocorreu primeiramente na casa de uma adolescente, que fica em uma quitinete. Ela teria apenas emprestado a casa para fazer o julgamento e estava ciente do que iria acontecer lá. Em dado momento da noite, a menor viu que a situação era grave e  justificou que iria para uma festa e pediu para os presentes deixarem a casa. O grupo e a vítima foi então para uma casa de Valdeir, no mesmo terreno. O julgamento foi iniciado e a vítima condenada à morte.

Na sequência, Rudnei foi levado para casa de Ayume, que também sabia do que se tratava  para ser morto. Ele teve os pés e mãos amarrados, foi amordaçado e levado para o banheiro. No cômodo, Rodrigo segurou a vítima e Railson passou a faca no pescoço. Com a vítima morta, eles decaptaram o rival. No outro dia, o corpo de Rudnei foi levado por pessoas ainda não identificada e desovada no Indubrasil.

Acusado

Ao todo foram ouvidas 14 testemunhas, sendo duas de defesa e duas de acusação. Como faltaram testemunhas, os réus decidiram não falar hoje, com exceção de Lucas Carmona.

Lucas negou que faça parte do PCC e que ele e Maike passavam pelo local e decidiram cumprimentar as pessoas. Como estavam bêbados, eles foram mandados embora. Nesse momento da audiência, o acusado disse que estava passando mal, pediu para tomar água e retornou. Em seguida, falou que iria contar toda a verdade, em que Cristiane teria o telefonado pedindo ajuda, e ele foi com Maike até o local.

Ao chegar, Cristiane percebeu que eles estavam alcoolizados, e conforme o código de conduta do PCC, membros drogados ou alcoolizados não podem participar do julgamento. Lucas diz que não sabia que a vítima era mesmo do CV e não achou que seria executado.

”Peço perdão à família desse jovem, posso ter feito muita coisa errada no passado, mas estou buscando uma nova história (conversão a fé evangélica). Não tenho medo de facção nem de polícia”, completou.

Os acusados respondem por cárcere privado, ocultação de cadáver, homicídio qualificado, organização criminosa e  Cristiane por todos os crimes e mais corrupção de menores. A próxima audiência foi marcada par ao dia 8 de junho, às 14 horas.

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