O número de casos de afasia progressiva primária, doença que levou o ator de Hollywood, Bruce Willis à demência, teve um salto de 100% nos últimos três anos no Brasil.Só no ano passado, o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou cerca de treze casos por dia nos hospitais públicos. Dados do Ministério da Saúde mostram que em 2020 foram 2.175. No ano seguinte, mais que dobrou: 4.781. E em 2022, o número de atendimentos foi de 4.720.
A fonoaudióloga Mônica Kerr explica que existem dois tipos da doença: “afasia por uma lesão neurológica adquirida, como AVC e traumatismo, e a afasia primária, a que progride é a afasia progressiva primária. A outra não progride, e o paciente vai superando”.
A atriz Sharon Stone teve afasia em 2001, após um AVC. Já o ator Bruce Willis, hoje trata de uma demência, que é a evolução da afasia primária. Segundo a família, o artista já não reconhece a mãe e tem comportamento violento. O cartunista Angeli também foi diagnosticado com doença. Ele encerrou a carreira depois que a afasia avançou.
“A gente tem a região frontal do cérebro, que é a parte que a gente fala de inteligência, criatividade, e você tem a região temporal, que é mais emoção, e você começa a ter problema na conexão entre essas duas regiões, por isso o comportamento violento no caso dele”, afirma o neurocientista Fabiano Agrela.
