Douradense infectada pela Covid-19 junto com familiares desabafa sobre precariedade na saúde

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Uma douradense infectada pelo novo coronavírus fez um longo desabafo nas redes sociais sobre a precariedade da saúde pública na segunda maior cidade do Estado ao lidar com a Covid-19. “Não existe nenhuma equipe que acompanhe os casos, uma pessoa contaminada com covid tem que sair procurando ajuda, e lembrando que a família também já está contaminada e precisa levar seus doentes mais acometidos para serem socorridos, visto que os não contaminados se afastam, é claro. Se você depende do SUS, meu aviso é, reze, reze muito para não perder sua vida ou de alguém que você ame”, afirmou.

No final de maio, ela e mais cinco membros da família, dois deles idosos, foram acometidos pela infecção do novo coronavírus. O relato ressalta que todas as medidas de prevenção ao contágio eram adotadas, até que o avô necessitou de acompanhamento médico. Nas idas e vindas do hospital, os sintomas começaram a aparecer nele, na esposa, filhas e netas.

“Nunca vamos ter certeza de nada, no entanto minha suposição é que tenhamos nos infectado em algum ambiente hospitalar, pois meu avô começou a passar mal no início de maio e teve que ser internado várias vezes, no começo os médicos descartaram covid e descobriram um grave problema cardíaco e uma parada da função renal, indo e vindo de casa para UTI e enfermarias e nós acompanhando sempre que permitido, pois ele tem alzheimer e não poderia ficar desacompanhando. Final de maio 5 pessoas da família começaram a ter sintomas gripais, eu, minha vó, mãe, tia e prima”, afirma.

Ela relata que exames feitos na mãe e na avó apresentaram aspecto de vidro fosco nos pulmões. A avó foi levada no dia 28/5 para ser atendida em um dos posto de saúde de referência para doenças respiratórias, apresentando sintomas de febre, dor no corpo e cabeça, além de tosse. Segundo a douradense, o médico disse que possivelmente seria Covid, devido a suspeita de infecção na filha da idosa, e orientou uso de medicação mandando a paciente de volta para casa.

“[o médico] pediu para voltar se o quadro piorasse, e sim o quadro da minha vó só piorou, mas nada de falta de ar, fomos num domingo em um hospital particular (pois o posto estava fechado) e fizeram a tomografia do pulmão dela e lá estava, mais uma vez, o pulmão típico de covid, e muito, muito comprometido, e sabe qual a orientação? Volte para casa e tome mais medicação, e é isso. A sensação é que as equipes só ficam na torcida, torcida de uma possível cura, pois não sabem muito bem o que fazer”, complementou.

Conforme o relato, a unidade de saúde só procurou saber o estado de saúde da família 10 dias depois da primeira consulta.

“Como estamos hoje? Com a maioria das pessoas recuperadas, até casos sem sintomas; um avô na UTI para covid, uma avó em casa lutando para sobreviver e uma jovem que também não apresenta melhoras e mesmo assim a médica que atendeu ontem em um posto de saúde informou que ela não precisava mais ficar em isolamento. A questão é que nossa cidade não está preparada para essa doença e se seguirmos com praticamente nenhuma medida mais severa de isolamento, os números de contaminados só vão aumentar. E se você depende do SUS, meu aviso é, reze, reze muito para não perder sua vida ou de alguém que você ame”, finalizou.