Familiares de indígena morta aos 13 anos pedem que estupro seja investigado

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Familiares da indígena Ariane de Oliveira, de 13 anos, morta por um adolescente de 17 anos, realizaram uma manifestação em frente à Primeira Delegacia de Polícia Civil de Dourados, nesta sexta-feira (16), pedindo que a polícia investigue se a menina foi estuprada.

“Peço justiça nessa hora. Minha filha foi encontrada pelada, sem roupa e falam que não foi estuprada. Quero justiça o mais rápido possível, que investiguem isso daí, porque a minha filha tava sem roupa. Só quero justiça’, disse a mãe de Ariane, Aldineia de Oliveira.

O que diz a investigação

O delegado Dermeval Inácio, que acompanhou o caso inicialmente e interrogou o adolescente, afirma que o caso está fechado.

“As testemunhas que serão ouvidas agora, as demais informações são para robustecer o conjunto probatório. […] Ele foi apontado como o autor do delito e há provas bem robustas, desde já, que ele de fato é o autor. Ele confessou que praticou por esganadura, os motivos, que foi por ciúmes, porque ela falou que gostava de outro ‘, comenta.

O caso agora está na Delegacia de Atendimento à Infância, Juventude e Idoso de Dourados (Daiji). Segundo a delegada Andreia Alves Pereira, o laudo necroscópico aponta asfixia mecânica por esganadura como a causa da morte.

“Não faz menção a estupro’, esclarece a autoridade.

Entenda o caso

Ariane desapareceu no dia 3 de setembro, de sua casa, na aldeia Jaguapiru. Segundo a mãe da adolescente, Aldeneia Oliveira, durante a noite, a menina e o irmão estavam brincando com o celular quando ouviram alguém bater na porta. Ela saiu para ver quem era e não foi mais vista.

“Fomos dormir, horas depois o meu filho me chamou avisando do barulho e minha filha já tinha desaparecido. Passamos a noite procurando pela minha filha. No sábado procuramos o cacique, ele acionou as autoridades sobre o desaparecimento”, comentou a mãe da menina na época.

Ariane ficou oito dias desaparecida e o corpo foi encontrado neste domingo (11), em meio a uma matagal. Um jovem, de 17 anos, confessou ter sido apreendido em flagrante após confessar ter estrangulado adolescente até a morte.

Segundo o delegado, Dermeval Inácio, o suspeito foi localizado nas redondezas e conduzido para a delegacia com o apoio da liderança indígena. Durante o depoimento à polícia, o suspeito confessou ter matado a jovem por ciúmes e depois escondeu o corpo para que não fosse encontrado.

O autor foi encaminhado para a Unidade Educacional de Internação (Unei) enquanto o processo pela morte da garota corre. A situação é equivalente a uma prisão preventiva, com a diferença de que, legalmente, menores de 18 anos são submetidos a medidas socioeducativas, mais conhecidas como internação, de no máximo três anos.

O adolescente apreendido vai responder por ato infracional por homicídio qualificado.