Grávida morta: professor preso evitou comprar enxoval do bebê antes do assassinato

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Letycia Peixoto Fonseca, grávida de oito meses, foi morta a tiros em Campos dos Goytacazes no último dia 2. O pequeno Hugo chegou a nascer com vida, mas morreu no dia seguinte ao crime e foi enterrado junto à mãe. Segundo Cintia Pessanha Fonseca, mãe de Letycia e avó do bebê, alguns comportamentos de Diogo foram considerados estranhos pela família, como, por exemplo, não permitir que suas roupas fossem levadas para o apartamento novo que dividiria com a vítima e também evitar comprar coisas do bebê nos meses finais da gestação.

— Eles já tinham levado todos os móveis, só faltava desmontar o armário e levar as roupas para o outro apartamento. As roupas da Letycia foram colocadas em malas para levarmos, e pensamos que seria lógico levar tudo dele também. Mas a Letycia disse que ele pediu para deixar as roupas dele por último. Eu não entendi nada. Não eram peças específicas, ele pediu para deixar toda a roupa dele no antigo apartamento — conta Cintia Peixoto.

Enquanto Letycia estava animada e sonhadora com o novo lar, Diogo não demonstrava nenhum tipo de animação e nem sequer ajudou com as etapas da mudança, que estava sendo finalizada na semana em que a jovem foi morta. Em depoimento prestado à polícia, o suspeito não soube dizer o nome da rua que ia morar com a jovem. Diogo se relacionava há 8 anos com a vítima e vivia outro relacionamento com uma mulher de Campos com quem era casado.

Em uma conversa de Diogo com Letycia, que foi reproduzida no inquérito da Polícia Civil, que investiga o caso, a grávida envia fotos do novo apartamento para Diogo e comenta que “já está parecendo uma casa”. Diogo responde à mensagem com dois corações. Cintia relata que, nessa ocasião, a jovem queria até dormir no imóvel de tão animada que estava com a mudança, mas que ela não deixou.

Com o enxoval e itens do bebê era o mesmo tipo de comportamento, lembra Cintia.

— Eu achava muito estranho essa maneira dele dizer sempre que ia dar tempo, que não precisava comprar coisas para o bebê, que ele ia comprar nos Estados Unidos. Eu falava: ‘Diogo, mas o bebê não vai demorar para nascer’, e ele sempre me pedia calma — diz.

Em depoimento à polícia, Cintia contou que, ao saber da morte do bebê Hugo, que nasceu de cesárea pouco antes da morte de Letycia, Diogo reagiu de “forma exagerada”.

“Na Sexta, dia 03/03/2023, enquanto a família estava na rua agindo as documentações, o Diogo ficou em casa dormindo, mostrando total indiferença; Diogo, quando soube do falecimento do filho Hugo, reagiu de forma exagerada, nitidamente como se fosse um teatro, gritando, berrando, mas a declarante (Cíntia) sentiu que era falsidade; Que no enterro a cena se repetiu, sempre usando óculos escuros, para esconder que não havia uma lágrima sequer; Perguntada se o Diogo tinha ciúmes da família, respondeu que muita, pois ele via que a Letycia era muito mimada e cuidada pelos pais e pelo irmão”, contou a mãe em depoimento.