Homem é preso após jogar gasolina e fogo na companheira em Água Clara

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Água Clara -distante cerca de 192,4 km de Campo Grande – foi palco de uma tentativa de feminicídio, onde o agressor da vítima arremessou gasolina e fogo na própria companheira com quem convivia há quase uma década, ainda durante a noite de ontem (10).

Segundo relato policial, a mulher de 40 anos deu entrada no hospital municipal após o ataque, com os policiais chegando à unidade por volta de 01h30.

Titular da Delegacia de Água Clara, o delegado Felipe Rossato cita que a vítima é dependente química em geral e, em busca de uma internação municipal voluntária, foi seu pedido por ajuda para “sair das drogas” que motivou a ira de seu agressor.

Felipe Rossato explica que o homem de 27 anos “não gostou da decisão que ela tomou”, com as discussões que seguiram esse assunto resultando em agressões iniciais que terminaram em cenas de horror para a vítima.

O delegado descreve que o agressor teria bloqueado a única saída da casa com um fogão e, acordando ela de forma bruta pedindo que deixasse a residência, pegou um balde cheio de gasolina.

“Ele ateou fogo dentro desse balde e lançou em direção à vítima. As chamas acenderam em direção a ela que, num ato de desespero, conseguiu tirar o fogão e ir para o quintal onde rolou e conseguiu apagar as chamas”.

Ainda, supondo que sua vítima estaria na casa de uma amiga, o agressor pegou mais gasolina, isqueiro e uma espuma de colchão, invadindo a casa em questão pelo telhado em busca da então companheira.

Preso pelos policiais minutos depois o relato da vítima, ele foi levado em flagrante por praticar um crime hediondo “na forma tentado”, que ainda é qualificado “por motivo fútil, com emprego de fogo, meio de dificultou a defesa da vítima e feminicídio tentado”, segundo a polícia.

Com investigações em curso, a Polícia Civil ainda entrou com representação pela prisão preventiva do indivíduo.

Feminicídios

Antes mesmo do fim de março, Mato Grosso do Sul já acumulava índices mais altos de feminicídio, se comparado com o mesmo período de 2023, resultando em um aumento de 66% só no primeiro trimestre.

Dados da Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) apontam para seis mulheres vítimas de feminicídio entre janeiro e março de 2023, enquanto, no mesmo período deste ano, o índice chegou a 10 e já somam 11 mortes em 2024.

Ainda no fim de março, a noite do dia 22 foi marcada pela morte de Renata Andrades de Campos Widal, de 39 anos e Dayane Xavier da Silva, de 29 anos, que morreram nos bairros Jardim Centenário e Nova Campo Grande, com duas horas de diferença entre os crimes.

Em 3 de fevereiro de 2023 a Casa da Mulher Brasileira em Campo Grande (a primeira do País) completou 8 anos de acolhimento de mulheres e filhos, sendo espaço seguro onde as vítimas de agressões encontram desde serviços de saúde; hospedagem temporária; apoio psicossocial; delegacia; juizado; Ministério Público; Defensoria Pública e mais.

Em funcionamento 24 horas, inclusive aos finais de semana e feriados, a Casa da Mulher Brasileira fica na rua Brasília, no Jardim Imá, próxima ao Aeroporto Internacional da Capital, e o telefone para contato é o (67) 2020-1300.

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