Independência do Paraguai

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Antes de detalhar a independência do Paraguai, é necessário antes entender este incomum país. Inicialmente, o território que atualmente conhecemos como Paraguai foi habitado por indígenas guaranis, gaycurus e payaguás. Sua colonização se deu no ano de 1530, por parte da Espanha, criando o forte de Nossa Senhora de Assunção, onde atualmente é a cidade de Assunción, que era a base da colônia durante o século XVI. No século seguinte, a população nativa foi escravizada, tendo isso estimulado a realização das missões jesuítas ao país, objetivando a proteção dos índios. Houve, entretanto, violenta repreensão por parte dos colonizadores espanhóis e portugueses, que acabaram massacrando as comunidades indígenas.

independência do Paraguai
Imagem: Reprodução

A Independência do Paraguai

No ano de 1515, a região foi descoberta por Juan Díaz de Solís, tendo sido seguido por Diego Garcia, no ano de 1525. Após um ano, Sebástian Gaboto, italiano, mas a serviço da espanha, explorou os recursos de água do país. No ano de 1537, os espanhóis chegaram ao país visando a exploração de ouro, época em que construíram o forte que ficou conhecido como Nuestra Señora de la Asunción.

Seguindo o exemplo da Argentina, país governado conjuntamente com o Paraguai até 1620, os paraguaios proclamaram sua independência em 14 de maio de 1811, tendo sido ratificada pelo congresso somente dois anos mais tarde.

Imagem: Reprodução

A independência do Paraguai acabou dando início a um isolamento com relação às outras nações sul-americanas. No ano de 1862 Francisco Solano López assumiu a presidência do Paraguai, trazendo um grande desenvolvimento econômico, tendo conquistado, inclusive, neste período, o status de potência regional no continente. Foi então que, objetivando a expansão comercial, que o presidente declarou guerra contra o Brasil, a Argentina e o Uruguai, tendo como foco principal conquistar territórios que possuíssem saída para o mar.

Bandeira do Paraguai

Conhecido como Guerra do Paraguai, este evento foi de 1865 a 1870, tendo como consequências a morte de aproximadamente 50% da população e a destruição de estruturas, além da perda de territórios que prejudicam até os dias atuais o desenvolvimento econômico do país.

A Ditadura e os Golpes Políticos no Paraguai

Rafael Franco, no ano de 1936, liderou a Revolução Febrerista, tendo oficiais liderados por ele no país. Houve neste período a nacionalização de parte da economia, além da revolução agrária, que gerou uma política populista no país. Franco, entretanto, no ano seguinte, foi deposto pelos liberais, trazendo um período de golpes no país.

Os golpes políticos somente tiveram fim no ano de 1954, quando Frederico Chávez, presidente do país, perdeu o posto, tendo assumido o General Alfredo Stroessner que, com apoio do Partido Colorado, instalou a ditadura no Paraguai. Houveram repressões bastante sérias com relação às manifestações contrárias e somente em 1989, com um novo golpe, Stroessner foi tirado do poder e se refugiu no Brasil. O golpe, liderado por Andrés Rodríguez, o levou a presidência. Quatro anos depois, em 1993, foi eleito o primeiro presidente do Paraguai de forma democrática, Juan Carlos Wasmosy.

O território que atualmente corresponde ao Paraguai foi habitado primeiramente por indígenas guaranisgaycurus e payaguás. Em 1530, teve início a colonização espanhola, criando o forte de Nossa Senhora da Assunção (atual Assunção) como a base da colônia no século XVI. A população nativa foi escravizada durante o século XVII, e esse fato impulsionou a realização de missões jesuítas com o intuito de proteger os índios. No entanto, essas missões foram reprimidas com violência por parte dos colonizadores portugueses e espanhóis, que massacraram as comunidades indígenas.

Potência regional

O Paraguai obteve sua independência no dia 15 de maio de 1811, e iniciou um processo de isolamento das demais nações sul-americanas. Em setembro de 1840, com a morte do ditador José Gaspar Rodríguez Francia, no poder desde 1814, o país passou a ser governado por Carlos Antonio López, que promoveu um intenso processo de industrialização e investimentos em infraestrutura, um exemplo foi a construção da primeira ferrovia na América do Sul.

Em 1862, Francisco Solano López, filho de Carlos Antonio López, assumiu a presidência do Paraguai. A nação conseguiu, então, um alto grau de desenvolvimento econômico, atingindo status de potência regional no continente. Visando expandir seu comércio, o país entrou em guerra contra o Brasil, Argentina e Uruguai na busca de obtenção de territórios que possuíssem saída para o mar.

Esse conflito ficou conhecido como Guerra do Paraguai e estendeu-se durante os anos de 1865 a 1870. As consequências desse conflito para os paraguaios foram extremamente negativas, pois o país foi derrotado e teve aproximadamente 50% da sua população morta, além de sofrido a destruição de sua infraestrutura e perdas territoriais, fatos que prejudicaram – e ainda prejudicam – o desenvolvimento econômico do país.

Outro conflito que envolveu o Paraguai foi a Guerra do Chaco (1932–1935), que foi travada contra a Bolívia por disputa territorial da região do Chaco Boreal, pois foi descoberto petróleo nessa área. Nessa ocasião, o Paraguai saiu “vencedor” e conquistou cerca de 75% da região disputada.

Ditadura e golpes políticos

Em 1936, oficiais liderados por Rafael Franco iniciaram a Revolução Febrerista, que realizou a reforma agrária e nacionalizou parte da economia, promovendo uma política populista. Porém, em 1937, Franco foi deposto pelos liberais.

Em seguida, o Paraguai passou por vários golpes políticos, os quais foram interrompidos em 1954, com a queda do presidente Frederico Chávez e a posse do general Alfredo Stroessner. Com o apoio do Partido Colorado, instalou-se uma ditadura no Paraguai, com repressão a manifestações. Somente em fevereiro de 1989, um golpe militar tirou do poder Stroessner, que se refugiou no Brasil. O líder do golpe, Andrés Rodríguez, elegeu-se presidente.

O ex-bispo Fernando Lugo, em abril de 2008, tornou-se presidente do Paraguai com 42,2% dos votos. A partir da coalizão partidária Aliança Patriótica para a Mudança (APC), que reúne partidos de extrema esquerda e de centro-direita, findou-se a hegemonia do Partido Colorado, que governou o país durante 61 anos. Em abril de 2009, o envolvimento de Lugo em um escândalo de paternidade gerou uma grande crise política no país.

Por Wagner de Cerqueira e Francisco
Graduado em Geografia

Em 1811, o Paraguai proclamou sua independência, rompendo laços coloniais que o prendiam à Espanha. Assim, recusou-se a fazer parte da Confederação das Províncias Unidas, liderada por Buenos Aires; até 1852 sua independência foi contestada pela Argentina, que almejava incorporá-lo a um grande conjunto correspondente ao antigo Vice-Reinado do Prata.
Nesse quadro inseguro para o destinos do Paraguai como Estado autônomo, a diplomacia brasileira procurou cultivar as melhores relações com o governo de Assunção. Assim, depois de proclamar sua independência, o Brasil tratou de reconhecer a do Paraguai, cuja causa passou a defender junto aos demais países. Era de interesse do Brasil a existência de um Paraguai independente, não vinculado a forças mais poderosas rondando suas fronteiras, bem como a livre navegação no rio Paraguai, então a única via de acesso à província de Mato Grosso.

  • Independência da América Latina (1808-1826)
    Foi o processo político e militar que afetou todas as regiões situadas entre os vice-reinados da Nova Espanha e do Rio da Prata, cujo resultado foi o nascimento dos modernos estados independentes da América Latina.

    Pode ser dividida em duas grandes fases: a primeira caracterizada pela atuação das Juntas constituídas nas principais cidades americanas e que começaram pelo reconhecimento da autoridade real, porém propiciaram o início do processo de independência, e a segunda pela guerra aberta e generalizada em todos os territórios entre patriotas e realistas.

    PRIMEIRA FASE. A ATUAÇÃO DAS JUNTAS (1808-1814)

    1. O Rio da Prata
    A primeira Junta se constituiu em Montevidéu, em 21 de setembro de 1808, ainda reconhecendo a autoridade do vice-rei. A Banda Oriental dos territórios no Rio da Prata esteve dominada por José Gervasio Artigas, que venceu as tropas realistas, em 1811, mas não pôde ocupar Montevidéu.

    Em Buenos Aires foi criada uma Junta, em 25 de maio de 1810, que enviou José Rondeau à Banda Oriental e Manuel Belgrano ao Paraguai. Em 14 de maio de 1811 José Gaspar Rodríguez de Francia proclamou a independência do Paraguai. Em 1814 Artigas e Rondeau ocuparam Montevidéu reafirmando o controle sobre a Banda Oriental.

    2. O Alto Peru
    A primeira Junta que rompeu abertamente com as autoridades espanholas foi a de Chuquisaca, seguida pela Junta de La Paz, constituída em 16 de julho de 1809, que foi dominada pelos realistas.

    Fim parecido teve a Junta que se constituiu em Quito, em 10 de agosto de 1809, com Juan Pío de Montúfar. Em 11 de outubro de 1810, foi declarada a independência do Equador, mas em 1812 o vice-rei do Peru voltou a controlar toda a região.

    Nova Granada A figura de Simón Bolívar (“o Libertador”), dominou o processo de independência da Venezuela. Em Caracas se constituiu uma Junta, em 19 de abril de 1810, que proclamou a independência do país, declarando a República Federal em 5 de junho de 1811. Na Colômbia, a Junta de Santa Fé depôs o vice-rei, em 20 de julho de 1810, e em abril o I Congresso de Cundinamarca declarou a independência da República.

    Allexia · 1 década atrás
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    Comentário
  • Tornou-se independente da Espanha em 1811. Sua industrialização teve inicio após 1840, sendo o primeiro país da América do Sul a ter uma ferrovia. A Guerra do Paraguai teve inicio em 1865. Na Guerra do Chaco contra a Bolívia, o país conquistou a maior parte da região em disputa, rica em petróleo.
    Anônimo · 1 década atrás
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    Comentário
  • A Guerra do Paraguai, a mais longa e devastadora da história da América do Sul, resultou no aniquilamento do Paraguai, o mais desenvolvido país de toda a América Latina até o início do confronto. Os combates se realizaram na segunda metade da década de 1860 e envolveram as forças armadas do Brasil, da Argentina, do Uruguai e do Paraguai.

    Antes do conflito, desde o início da re-ocupação do território conhecido hoje como América do Sul, a área da Bacia do rio da Prata – formada pela Argentina, pelo Uruguai e pelo Paraguai, e banhada por rios consideráveis como o Paraná, o Paraguai e o Uruguai – foi sempre muito disputada. No século XIX, a navegação marítima e fluvial predominava sobre os demais meios de transporte. “Com a implantação da navegação a vapor, a região se tornava cada vez mais importante, intensificando-se o movimento comercial nos rios Paraná, Paraguai, Uruguai e no estuário do Prata.” (CARMO, 1989, p. 45). Daí a importância da Bacia Platina: dela dependia o comércio da Argentina, do Uruguai, do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina, do Paraná e, principalmente, do Paraguai e do Mato Grosso, que não dispunham de outro meio para alcançar o oceano. Segundo o historiador Pedro Bastos (1983, p. 154), ela também escoava a prata extraída do Peru e da Bolívia.

    2. O Modelo Econômico e Social Paraguaio
    O primeiro governante do Paraguai foi Gaspar Rodríguez de Francia (1776-1840). Ele governou de 1814 a 1840. Francia tentou estabelecer a livre navegação no Prata, mas os comerciantes dos portos de Buenos Aires e Montevidéu insistiam em cobrar pesadas taxas. Nesta época, A Argentina se recusava a reconhecer a independência do Paraguai. Os poderosos comerciantes do porto de Buenos Aires – o principal da bacia – desejavam reunificar toda a região platina[1]. Isto posto, restou à república guarani trilhar uma política de desenvolvimento auto-sustentado – ao contrário dos demais países da região – na qual o Estado controlava a economia de tal modo que a estrutura sócio-econômica se voltava para os interesses da população e a independência do país. Tal estrutura era livre de burocratas e cortesãos. Para Denise Pereira, “(…) a solução foi uma resposta à ameaça portenha contra a independência paraguaia, e não se deve concluir que o modelo de desenvolvimento econômico foi livre opção de ditadores afeiçoados ao povo”. (PEREIRA, 1987, p. 222).

    Francia considerava os grandes proprietários e comerciantes como categorias perigosas, pois eram aliados em potencial de Buenos Aires. Durante sua gestão, o Estado atacou os privilégios dos ricos, as oligarquias de seu país. Ele confiscou as “(…) terras cujo direito de posse as classes proprietárias não puderam comprovar”. (DANTAS, 1989, p. 157). A Igreja Católica foi nacionalizada com o confisco de seus bens e propriedades. Realizou-se a primeira grande reforma agrária da América do Sul: metade das terras foi arrendada a camponeses e indígenas, os quais receberam implementos agrícolas, sementes e cabeças de gado. Havia muitas fazendas sob o controle do Estado.

    “Em 1840, o Paraguai praticamente não possuía analfabetos. Seu desenvolvimento agrícola permitia-lhe produzir tudo quanto sua população necessitava e sua atividade industrial era capaz de produzir ferramentas, armas e outros utensílios”. (LUCCI, 1985, p. 36-37). Diante disso, conclui um autor[2] que havia pouca pobreza no país.

    O sucessor de Gaspar Rodríguez de Francia, Carlos Antonio López, que permaneceu no poder até 1862, contratou técnicos e enviou centenas de estudantes para o exterior com o objetivo de modernizar a economia. O país atingiu esta meta, a indústria paraguaia tornou-se a mais avançada da América do Sul. Foram instaladas ferrovias, estaleiros, indústrias bélicas, metalúrgicas, têxteis, de calçados, de louças, de materiais de construção, de instrumentos agrícolas, de tintas e de papel, além do telégrafo e da grande Fundição de Ibicuí.

    A nação mais desenvolvida da América do Sul protegia a produção local. Assim, a balança comercial era sempre favorável e a moeda era forte e estável. Claudius Ceccon (1986) afirma que as exportações paraguaias valiam duas vezes mais que as importações. Para Eduardo Galeano, a intervenção do Estado na economia era quase total, pois “(…) noventa e oito por cento do território paraguaio era de propriedade pública”. (GALEANO, 1985, p. 207).

    O Paraguai havia conseguido eliminar a oligarquia, a escravidão, a violência, a miséria e o analfabetismo. Era o único país sul-americano que tinha uma indústria de base. “O único que não tinha dívida externa ou interna. O único praticamente sem analfabetos”. (CHIAVENATO, 1998, p. 33). A economia crescia sem a interferência de empréstimos estrangeiros. O desenvolvimento econômico autônomo e sustentado do Paraguai era uma exceção na América Latina, uma vez que os demais países recorriam freqüentemente aos banqueiros estrangeiros, notadamente aos ingleses. Enquanto os países aliados, contra os quais ele lutaria na guerra que estava por vir, “(…) tinham suas economias voltadas para o mercado externo, a economia paraguaia voltava-se muito mais para o atendimento das necessidades internas”. (NADAI, 1985, p. 76).

    O historiador Júlio José Chiavenato (1998) aponta um problema não superado pelos governantes paraguaios: a inexistência de uma intelectualidade capaz de apreender a natureza do confronto com o capital inglês. Como também não havia uma classe dirigente vinculada aos interesses da nação, a interpretação da conjuntura política internacional teria ficado comprometida, uma vez que os presidentes ficariam praticamente “solitários” à frente do governo. Esta tese, de acordo com nossa “leitura”, é questionável. Seria possível que poucos indivíduos permanecessem “solitários” no comando de um país por cerca de meio século, apoiados apenas pelas massas (não intelectualizadas e afastadas da participação política)?

    3. As Forças Armadas

    De acordo com Borges Hermida (1986); Boni e Belluci (s/d); e Elian Alabi Lucci (1987), Carlos López aumentou consideravelmente o poder militar de seu país. Ele sabia que a Argentina ambicionava reconstruir o antigo vice-reino do Prata, o que pressupunha a re-anexação da nação guarani. Ao final de seu governo, de acordo com Raymundo Campos (1983), o exército paraguaio era o melhor da América Latina. Seu sucessor, Solano López, deu continuidade a esse trabalho de organização e fortalecimento militar.

    3.1 Discordâncias

    Pretendemos, neste capítulo, apresentar um levantamento das informações, presentes nos livros por nós analisados, a respeito dos efetivos militares à disposição dos países diretamente envolvidos na guerra da Tríplice Aliança[3] em 1864, às vésperas do conflito. Estes “dados” estão listados na tabela da página seguinte, na qual não estão arroladas as populações das forças armadas da Argentina e do Uruguai devido à escassez destes subsídios em nosso corpus.

    Chiavenato acredita que o exército do Paraguai era constituído por cerca de 40 mil homens em 1864; por sua vez, Antaracy Araújo (1985) assegura que tal exército era composto por 100 mil homens. Não há consenso sequer a respeito da população paraguaia da época. Para Max Justo Guedes (1995), ela era formada por 300 a 400 mil habitantes, menos da metade do número divulgado pela maioria dos autores consultados – 800 mil pessoas. A divergência entre as fontes consultadas é tão grande que somos tentados a seguir pelos caminhos do ceticismo. É preciso, entretanto, tentar entender o que determina a multiplicação das divergências e das concepções distorcidas do processo histórico.