Lula discute trocas em ministérios após aprovação da reforma tributária

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve promover uma reforma ministerial no governo após o centrão “cobrar a fatura” pela aprovação da reforma tributária na Câmara dos Deputados, na semana passada. Nesta segunda-feira (10), o chefe do Executivo discutiu o tema com ministros que cuidam da articulação política com o Congresso Nacional e deve esperar o fim do recesso legislativo para efetivar as mudanças.

Além da troca no Ministério do Turismo, que já foi confirmada pelo governo mas falta ser oficializada, Lula analisa os pedidos do centrão para fazer alterações no Ministério dos Esportes e no Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome. Na última sexta-feira (7), o presidente recebeu líderes de diversos partidos no Palácio da Alvorada, entre eles o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e ouviu a cobrança das legendas pelo comando das pastas.

Na semana passada, em meio à votação da reforma tributária e do projeto de lei que retoma o voto de qualidade do Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf), Lula empenhou (reservou para uso) um valor recorde de R$ 8,5 bilhões em emendas parlamentares. A quantia corresponde a mais da metade do que foi empenhado ao longo de todo o ano, R$ 16,2 bilhões.

Ainda assim, o movimento do governo não foi suficiente para atender aos interesses do centrão. O grupo espera ampliar o espaço na Esplanada em troca da consolidação da base de apoio a Lula, sobretudo na Câmara, que no momento tem sido mais fiel a Lira do que ao governo.

O recesso legislativo começa na próxima semana, e o Congresso só retoma os trabalhos na primeira semana de agosto. Assim que os parlamentares voltarem das férias, o governo vai ter de buscar a aprovação de mais uma pauta econômica importante, o chamado arcabouço fiscal, que estabelece novas regras para as contas públicas do país.

O centrão deve usar a proposta como oportunidade para negociar as trocas ministeriais. O PP provavelmene vai ser um dos partidos atendidos. Apesar de a sigla ser comandada pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI), que foi ministro da Casa Civil do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Lira tem liderado os pedidos para que a legenda possa comandar alguma pasta do governo Lula.