Marcelo Piloto pode ser extraditado para o Brasil ainda este mês, diz governo paraguaio

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Marcelo Piloto pode ser extraditado para o Brasil ainda este mês, diz governo paraguaio

Autoridades paraguaias esperam conseguir extraditar o narcotraficante Marcelo Pinheiro Veiga para o Brasil ainda este mês. A extradição já foi concedida, mas a defesa do traficante recorreu. O caso, agora, está sendo analisado em segunda instância. Ele só poderá voltar ao Brasil, entretanto, após a conclusão dos processos de homicídio e falsificação de documentos que existem contra ele no país vizinho. O Ministério do Interior do Paraguai, contudo, disse ao EXTRA que o encerramento não deve demorar, “pois não são processos complicados, já estão quase finalizados”. Além disso, há pressão por parte da imprensa local para que os juízes acelerem o trabalho e confirmem a extradição.

Preso há quase um ano no Paraguai ao ser encontrado na cidade de Encarnación, Marcelo Piloto é considerado um dos maiores traficantes de armas e drogas da América do Sul e braço do Comando Vermelho no Paraguai. Mesmo detido, ele concedeu, nesta terça-feira, uma entrevista coletiva no quartel da Polícia Nacional, onde está preso. Ele disse não ser um terrorista, confessou negociar armas e drogas e admitiu, em tom debochado, a autoria de diversos crimes, inclusive um homicídio do qual foi inocentado pela Justiça. Piloto disse ainda que, em 2015, foi sequestrado por policiais paraguaios. Ele contou que, para ser solto, três dias depois, teve de entregar dinheiro e um carro de luxo aos agentes.

DECLARAÇÕES ESTRATÉGICAS

A polícia paraguaia já abriu inquérito para apurar a possível corrupção de agentes, mas acredita que as declarações do criminoso são estratégias de sua defesa, composta pelos mesmos advogados do “Senhor das Armas”, Jarvis Chimenes Pavão, que, extraditado para o Brasil em dezembro de 2017, cumpre pena por narcotráfico, lavagem de dinheiro e associação criminosa na Justiça brasileira. Para os investigadores, Piloto estaria assumindo crimes no Paraguai para permanecer no país, onde acredita numa fuga mais rápida. Seis planos para resgatá-lo já foram frustrados.

A coletiva de imprensa foi organizada pelos advogados de defesa e autorizada pelo Comando da Polícia Nacional e pelo Ministério do Interior. A legislação paraguaia é considerada bastante permissiva, e os presos têm muitos direitos e garantias, entre elas, explicou o Ministério, a livre comunicação. Tal garantia, porém, seria restrita a terroristas guerrilheiros de extrema-esquerda ou quando um procurador faz a solicitação argumentando perigo, o que não foi o caso de Marcelo Piloto.