- Em seu discurso de posse, nesta quarta-feira (4.jan), a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva (Rede), criticou a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), anunciou a nova estrutura e divulgou nomes que vão compor a pasta. A cerimônia lotou o salão nobre do Palácio do Planalto, em Brasília. A primeira-dama, Elisangela da Silva, e o vice-presidente, Geraldo Alckmin, participaram do evento.
“O que vivemos nestes anos que se passaram foi um completo desrespeito contra o patrimônio ambiental brasileiro. Povos indígenas e quilombolas sofreram a invasão de suas terras e territórios, nossas unidades de conservação foram atacadas por pessoas que se sentiam autorizadas pelo mais alto escalão do governo e boiadas passaram no lugar onde deveriam passar somente políticas de conservação ambiental”, declarou a ministra.
Na cerimônia, Marina anunciou o ambientalista João Paulo Capobianco como secretário-executivo da pasta. Ela também falou sobre a criação da Autoridade Nacional de Segurança Climática, uma nova autarquia que será vinculada ao órgão.
A autarquia, segundo a ministra, terá o propósito de realizar um trabalho técnico e transversal de fiscalização climática, envolvendo todos os ministérios. Ela disse que a proposta foi apresentada ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ainda durante o período eleitoral.”Essa autarquia terá a finalidade de fornecer subsídios para execução e implementação da política nacional do clima. A decisão do governo é que o desenho dela seja submetido ao Congresso Nacional até o fim de abril”, explicou.
Estrutura
Para a nova formatação do ministério, Marina decidiu criar a Secretaria Extraordinária do Combate ao Desmatamento, a Secretaria de Povos e Comunidades Tradicionais e Desenvolvimento Rural Sustentável, a Secretaria de Bioeconomia e a Secretaria de Gestão Ambiental Urbana e Qualidade Ambiental. Além disso, haverá o Departamento de Proteção e Defesa dos Direitos Animais.A ministra também falou sobre o Conselho de Segurança do Clima, que será comandato pelo próprio presidente Lula, e contará com a participação de outros ministérios.
Esta é a segunda vez que Marina comanda a pasta. Ela foi ministra no primeiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e na metade do segundo mandato do petista, entre 2003 e 2008. Nascida em Rio Branco (AC), foi uma das fundadoras da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no estado, ao lado do seringueiro e ativista Chico Mendes.
