A menina Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos, baleada durante uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF), em Seropédica (RJ), teve uma parada cardiorrespiratória durante a madrugada desta 5ª feira (14.set). Segundo o último boletim médico, divulgado pelo hospital, uma equipe conseguiu reverter o quadro após seis minutos.
Heloísa segue internada no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e apresenta quadro hemodinamicamente instável. Na 4ª feira (13.set), a unidade hospitalar havia informado que o quadro da criança havia piorado para “instável e gravíssimo”.
A menina foi atingida na coluna e na cabeça por tiros de fuzil no dia 7 de setembro. Os disparos, feitos por um agente da PRF, foram efetuados contra o veículo em que ela estava com os pais, a tia e uma irmã. A família mora em Petrópolis e retornava de Itaguaí, na Região Metropolitana, onde foi passar o feriado de Sete de Setembro.
A Polícia Rodoviária Federal já afastou da função os agentes envolvidos no caso. As armas deles foram recolhidas para perícia. No primeiro depoimento dos policiais prestado à Polícia Civil, o agente Fabiano Menacho Ferreira admitiu ter feito os disparos que atingiram a menina. Os outros agentes, Matheus Domicioli Soares Viegas Pinheiro e Wesley Santos da Silva, confirmaram a versão do colega.
O Ministério Público Federal (MPF) abriu uma investigação própria sobre o caso através do Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial. O órgão apura o motivo de um agente da PRF à paisana ter entrado na área de emergência pediátrica, onde Heloísa está, sem autorização. Ele foi flagrado por câmeras de segurança passando pelo corredor do local.
coordenador do grupo, Eduardo Santos de Oliveira Benones, é o responsável por ouvir os envolvidos na ocorrência para saber mais detalhes do que aconteceu e decidir se levará o caso à Justiça. Na 2ª feira (11.set), o procurador ouviu o depoimento do pai da menina Heloísa. Ele contou ao MPF que chegou a conversar com o policial que esteve no hospital onde a menina está internada.
