Ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional pede demissão

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O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI/PR), Marco Edson Gonçalves Dias, pediu demissão do cargo, nesta 4ª feira (19.abr). A exoneração a pedido será publicada no Diário Oficial da União (DOU).

 

Mais cedo, a Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado (CSPCCO), da Câmara dos Deputados, havia aprovado a convocação de Gonçalves Dias, para que ele prestasse esclarecimentos sobre os ataques ocorridos, em 8 de janeiro, nas sedes dos Três Poderes, em Brasília.

Ele havia sido convidado pela CSPCCO para, em audiência pública nesta 4ª, prestar esclarecimentos sobre os ataques. Entretanto, faltou à audiência, alegando motivo de saúde.

Na manhã de hoje, a CNN divulgou imagens que mostram Gonçalves Dias dentro do Palácio Planalto quando a invasão ao local ocorria, no dia 8 de janeiro. Às 16h29, o circuito interno registra imagens dele caminhando sozinho no terceiro andar do Planalto, na antessala do gabinete do presidente da República. Após tentar abrir duas portas, ele entra no gabinete. Depois de alguns minutos, o ministro surge caminhando pelo mesmo corredor com alguns invasores. O vídeo sugere que ele indica a saída de emergência aos golpistas.

Gonçalves Dias assumiu o GSI/PR em 1º de janeiro deste ano. Antes, foi secretário de Segurança da Presidência da República, no segundo governo Lula (PT). Como general de divisão, atuou como comandante da 6ª Região Militar, diretor de Civis, Inativos, Pensionistas e Assistência Social do Exército e vice-chefe do Departamento-Geral do Pessoal do Exército.

“Esse exército não é mais o exército do Bolsonaro”, diz Lula

Em cerimônia no Planalto, presidente disse que estava “magoado” com Exército, mas não guarda rancor

Presidente diz que foi à cerimônia de militares para demonstrar que não guarda rancorPresidente diz que foi à cerimônia de militares para demonstrar que não guarda rancor

Num discurso cercado de recados, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta 4ª feira (19.abr) que estava “magoado” com o Exército Brasileiro, mas que “não guarda rancor” dos militares. As declarações foram concedidas no anúncio da recomposição orçamentária para universidades e institutos federais, em cerimônia durante a tarde no Palácio do Planalto.

 

“O tanto que eu estava magoado com o Exército Brasileiro por conta de tudo que aconteceu, e eu pensei se ia ou não ia (na Cerimônia do Dia do Exército), mas eu fui para mostrar que eu não guardo rancor, para mostrar que esse não é o Exército de Bolsonaro. É o Exército de Caxias, é o Exército Brasileiro que tem função constituciinal. Então precisamos restabelecer a harmonia”, disse o petista.

Demissão do chefe do GSI

Lula não comentou sobre a demissão de Gonçalves Dias, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, mas no dia em que vieram à tona as imagens de câmeras de segurança que mostram agentes e o então chefe do GSI, dentro do Planalto, durante os atos golpistas e as invasões ao Planalto no dia 8 de janeiro, o presidente disse que cada um que participou do 8 de janeiro vai ser julgado.

“Nesse coração aqui, não tem mais ressentimento e nem mágoa. Só quero dizer que cada pessoa que participou do golpe de 8/1, vai ser julgada, vai ter direito à presunção de inocência, que eu não tive, mas nós não deixaremos de julgar cada um golpista. Nesse país, não existe espaço para nazista e fascista e para quem não gosta de democracia”, disse Lula.

Dia do Exército

Mais cedo, Lula participou da Cerimônia do Dia do Exército, na manhã desta 4ª, no Quartel-General, em Brasília. O presidente assistiu aos desfiles e demonstrações dos militares. Na ocasião, o comandante do Exército, general Tomáz Paiva, destacou que o Exército é uma instuição apolítica, apartidária e imparcial, e que está em defesa da deocracia.

“O Exército imortal de Caxias, Instituição de Estado, apolítica, apartidária, imparcial e coesa, integrada à sociedade e em permanente estado de prontidão, completa 375 anos de história. Sua existência está alicerçada em valores e tradições, bem como comprometida com a defesa da Pátria, da independência, da República e da democracia”, disse o militar.