‘Não esquece de mim’, escreveu jovem ao ex duas horas antes de morrer em Manguinhos

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Não esquece de mim”, pediu Pammela Rosanne Gomes Vieira, de 21 anos, ao ex-namorado, Marcelo Mendonça, duas horas antes morrer na madrugada de domingo. Neste momento, ela estava saindo de uma festa e indo para casa, no Mandela, favela de Manguinhos. No caminho, parou em um baile funk para falar com amigas, mas acabou morta com um tiro no rosto. O corpo da jovem foi enterrado na tarde desta terça-feira, no cemitério São Francisco Xavier, no Caju, Zona Norte do Rio.

Marcelo e Pammela estavam separados há apenas um mês, depois de um relacionamento de nove. Nesta terça-feira, o rapaz chegou às 10h para o enterro que aconteceria às 16h e acabou antecipado em uma hora.

Parecia que ela estava se despedindo. Eu implorei para ela ir para casa. Eu estava sentindo que aconteceria alguma coisa — diz o jovem, de 21 anos.

O filho de Pammela, de 7 anos, gritava de desespero na saída do enterro da mãe, que o deixou com a mesma precocidade com que o teve, aos 14. A mãe da jovem, Rosana Gomes, de 38 anos, quer saber o que aconteceu naquela noite.

As informações até agora dão conta de que Pammella estava em uma festa em São Cristóvão, também na Zona Norte do Rio, quando voltou para a casa, no Mandela, favela de Manguinhos. No caminho, passou pelo baile funk e parou para falar com algumas amigas. Neste momento, ouviram-se três tiros na favela. Uma testemunha disse à Delegacia de Homicídios (DH) que correu o boato de que um caveirão da PM estava invadindo a favela. Não houve, no entanto, operação no local, segundo a Polícia Militar.

Pammella tinha 21 anos e morava com o filho, de 7
Pammella tinha 21 anos e morava com o filho, de 7 Foto: Facebook / Reprodução

Na correria, algumas pessoas se machucaram. A prima que estava com Pammela se perdeu da jovem. Quando descobriu o paradeiro da menina, ela estava morta na UPA Manguinhos com um tiro no rosto. A primeira informação era de que a arma de um traficante caiu e foi disparada acidentalmente no rosto dela. No entanto, a Polícia Civil investiga se ela foi executada.

— Eu sei que a verdade vai aparecer. Essa história está muito esquisita — conta Rosana.

A mãe mora em Nova Iguaçu, mas esteve com Pammela no dia em que a jovem morreu. As duas foram juntas tirar fotos 3×4 para documentos que a menina precisava entregar na próxima quinta-feira na loja de petshop em que ela teria a carteira assinada como atendente.

— Ela era um doce. Uma pessoa maravilhosa. Estava toda feliz com esse emprego novo — afirma Aline Peres, de 28 anos, melhor amiga de Pammela.