No 8 de Março, famílias de cinco mulheres choram a pior dor do mundo no MS

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Os altos índices de feminicídios registrados no Mato Grosso do Sul –  cinco, desde o início de 2023 – fazem com que 8 de Março – Dia Internacional da Mulher – seja um momento de reflexão e ações para combater o extermínio de pessoas em razão do gênero.

Conforme os dados da Secretaria de Justiça e Segurança Pública, a Sejusp, de janeiro até este 8 de março, cinco mulheres foram mortas em razão de serem do sexo feminino. Duas mortes foram na Capital (em janeiro e fevereiro) e três no interior (dois em janeiro e um fevereiro).

Quando comparado o número de casos, de janeiro até março, em 2022 e 2023, é possível observar que o número de casos caiu. No ano passado, foram oito casos no período, contra cinco de 2023.

Nomes, não números 

As vítimas são:

Claudineia Brito da Silva, de 49 anos, Campo Grande; Fabiana Aparecida França Freitas*, de 37 anos, Nova Andradina; Celeste Josefina Gonzales Misel, em Sidrolândia; Iva de Souza, 48 anos, em Ivinhema e Albina Freitas, em Campo Grande.

*Este caso é tratado como suspeita de feminicídio, após o corpo da garota ser encontrado nas águas do Córrego Baile.

Dor 

Albina Freitas Ribas Luiz Gonçalves, 49 anos, foi a vítima mais recente de feminicídio. Ela foi morta pelo ex-marido, Jair Paulino da Silva, 52 anos, que não aceitava o fim do relacionamento.

Segundo apurado junto a uma amiga próxima da vítima, a mãe de Albina, que é idosa, está ”viva por fora, mas morta por dentro” tamanha a dor da perda da filha.

Albina era monitora da Escola Municipal Nariza Anache, no Jardim Anache e quem recepcionava os alunos no período da tarde. Chamada de ‘’Bynna’’, era muito querida entre alunos e profissionais da escola.

Seis dias após o assassinato, a direção da escola fez uma homenagem à vítima, durante a acolhida dos alunos. Também foi confeccionado um vídeo, com muitas fotos de Albina, louvor e desenhos do filho.

O crime 

Albina estava separada e recebia ameaças constantes do ex-marido. Ela chegou a pedir medida protetiva, mas não houve tempo.

A vítima estava no estacionamento de um supermercado e açougue, no cruzamento das ruas Jaime Cerveira e Francisco Pereira Coutinho, no Jardim Anache. Ela olhava o celular, quando Jair surgiu a pé e a surpreendeu com um tapa.