Picada por escorpião, criança de 3 anos morre na Santa Casa

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Picada por um escorpião no dia 25 de setembro, uma criança de 3 anos, identificada como Maria Fernanda, morreu neste domingo (1º) na Santa Casa de Campo Grande, onde estava internada desde o dia do incidente. Ela era moradora de Ribas do Rio Pardo.

A informação foi confirmada por familiares e amigos nas redes sociais.

Conforme noticiou o Correio do Estado, Maria Fernanda acordou aos gritos durante a madrugada da última segunda-feira (25), com um escorpião amarelo ferroando várias vezes suas costas.

A família da menina buscou atendimento no Hospital Municipal Dr. José Maria Marques Domingues, para a criança receber o soro antiescorpiônico, de onde foi transferida com urgência para Campo Grande.

Ela não resistiu e morreu na unidade de saúde, após seis dias internada.

Pelo Facebook, várias pessoas enviaram mensagens de pêsames à mãe da criança, Vanessa Ramirez.

“A princesaaa quanta falta vc vai fazer. Obrigado por sua linda passagem aqui na terra nos amamos muito vc. É com coração partido, até breve Maria Fernanda. E Vanessão de onde ela tiver vai ter muito orgulho da mãe maravilhosa e guerreira que ela teve”, diz uma postagem.

“Meus sentimentos Vanessa, que Deus conforte o seu coração nesse momento tão difícil. Deus te dê o consolo. Quando uma mãe perde um filho, todas nós perdemos um pouco também, sinta-se abraçada por mim nesse momento”, disse outra amiga.

Terceira morte

Este é o terceiro caso de morte de criança por picada de escorpião registrado em Mato Grosso do Sul.

No dia 22 de agosto, Pyetro Gabriel, 5 anos, morreu, também na Santa Casa de Campo Grande, cinco dias após ser picado por um escorpião enquanto calçava sapato fechado, onde o animal estava escondido, em Ribas do Rio Pardo.

Já no dia 25 de setembro, uma criança de 6 anos morreu após ser picada pelo bicho, em Brasilândia. Após a ferroada, ela foi encaminhada para o Hospital Regional de Três Lagoas, onde teve quatro paradas cardíacas e faleceu.

Neste último caso, durante os exames, além dos sintomas causados pelo veneno do escorpião, a criança tinha lesões que levantaram suspeita de abuso sexual e o caso foi encaminhado para investigação Polícia Civil.

Além disso, vários outros casos de picadas foram registrados, mas as vítimas se recuperam sem maior gravidade.

Aumento de casos

As altas temperaturas somadas ao período de reprodução dos escorpiões – que ocorre nos meses de agosto e setembro – tem impactado também nos índices de acidentes envolvendo esses animais em Mato Grosso do Sul.

O animal geralmente vive em terrenos baldios e esgotos e chega às residências por meio de ralos da cozinha e banheiro, podendo causar sérios acidentes.

De acordo com o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox), vinculado à Secretaria de Estado de Saúde (SES), até a última quinta-feira (28), o Estado registrou 3.012 casos de acidentes com escorpiões.

Campo Grande registrou o maior número de vítimas de escorpiões até o momento, com 787 acidentes. Além da Capital, outros municípios ultrapassam os 100 casos: Três Lagoas (431), Paranaíba (189), Corumbá (133), Dourados (110), Brasilândia (106) e Cassilândia (104).

Segundo Alexandre Moretti de Lima, médico e responsável clínico do Ciatox, crianças e idosos compõem o principal grupo de risco de acidentes por escorpiões, visto que os casos tendem a evoluir com maior facilidade.

“Na maioria das vezes, 98% dos casos são de quadro leve, só com dor local. Em crianças e idosos a gente tem que tomar cuidado pelo risco de manifestação sistêmica e necessidade de soro. Se evoluir com o quadro cardiopulmonar, com edema agudo de pulmão, taquicardia, hipertensão, sudorese, salivação e palidez, será necessário a utilização de soro escorpiônico”.

Caso os animais sejam localizados durante limpeza e antes que aconteça um ataque, o Centro de Controle de Zoonoses poderá identificar a espécie e passar as orientações de manejo, com contato através dos telefones 3313-5000 ou 2020-1796. Em caso de ataque, a recomendação é buscar o hospital de referência mais próximo e com urgência.