Prefeito de Japeri, na Baixada Fluminense, é preso por suspeita de associação para o tráfico

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Prefeito de Japeri, na Baixada Fluminense, é preso por suspeita de associação para o tráfico

O prefeito Carlos Moraes (de preto), na Cidade da Polícia

prefeito de Japeri, na Baixada Fluminense, foi preso, na manhã desta sexta-feira, durante uma operação da Polícia Civil com o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ). De acordo com a Polícia Civil, Carlos Moraes (PP), de 73 anos, teve a prisão preventiva decretada pela Justiça por suspeita de crime de associação para o tráfico.

Um policial conta o dinheiro apreendido na casa do prefeito
Um policial conta o dinheiro apreendido na casa do prefeito Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo

Moraes foi localizado pelas equipes no município de Nova Iguaçu, também na Baixada. Ele foi levado para a Cidade da Polícia, no Jacarezinho, na Zona Norte da capital. Na casa do político foram apreendidos uma pistola e cerca de R$ 25 mil. O dinheiro estava em duas bolsas com a logo da prefeitura.

O dinheiro encontrado na casa do prefeito
O dinheiro encontrado na casa do prefeito Foto: Divulgação

Procurada, a assessoria de imprensa do prefeito ainda não se pronunciou sobre a prisão.

O vereador Cláudio José da Silva, o Cacau, também foi preso. A polícia ainda procura o presidente da Câmara de Japeri, Wesley George de Oliveira. Todos são suspeitos de ligação com o tráfico.

Telefonema flagrado

A operação durante a qual o prefeito foi preso foi deflagrada no início da manhã desta sexta-feira pelo MPRJ com o apoio das Divisões de Homicídios da Capital (DH-Capital), da Baixada Fluminense (DHBF), e de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo (DHNISG). A Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e a Coordenadoria de Inteligência da Polícia Militar. também integram a ação.

As equipes deixaram a Cidade da Polícia, no Jacarezinho, por volta das 5h. Além de Moraes e dos vereadores, os agentes visam a cumprir outros 36 mandados de prisão.

De acordo com as investigações, Moraes é ligado ao traficante Breno da Silva de Souza, o BR, preso no último dia 20. Um dos bandidos mais procurados da Baixada Fluminense, ele é apontado como chefe do tráfico no Complexo do Guandu.

No ano passado, graças a uma escuta autorizada pela Justiça, foi flagrado um telefonema entre o prefeito e BR. Os investigadores, então, começaram a investigar o político por associação criminosa com a facção Amigos dos Amigos (ADA).

Quem fazia a ligação entre a Prefeitura de Japeri, a Câmara Municipal da cidade e os traficantes do Guandu era, de acordo com as investigações, Jenifer Aparecida Kaiser de Matos. A mulher, que foi nomeada assessora, é um dos alvos da operação.

Lucro de R$ 100 mil por mês com areal

De acordo com a investigação, além de controlar a distribuição de drogas na região — praticando outros crimes para afirmar o controle territorial, como homicídios, roubos, extorsões —, os bandidos do Guandu mantinham sociedade com operadores de um areal clandestino dentro da comunidade. Nas ligações interceptadas fala-se que o lucro mensal do tráfico com essa atividade chegaria a R$ 100 mil.

Terceiro mandato

Carlos Moraes foi eleito em 2016 para seu terceiro mandato à frente da Prefeitura de Japeri. Ele recebeu 23.863 votos (44,17%). Antes, ele havia ocupado o cargo em 1993, como primeiro prefeito eleito do município, após a emancipação da cidade, e em 2001. O atual presidente da Alerj, André Ceciliano (PT), foi o segundo colocado nas últimas eleições.

Em 2011, Moraes e outro ex-prefeito de Japeri, Bruno Silva Santos, foram denunciados pelo MPRJ por crimes de dispensa de licitação fora das hipóteses previstas em lei e crime de responsabilidade por desvio de verbas públicas em proveito próprio ou alheio. Segundo a ação, o valor dos contratos ilegais superariam R$ 1 milhão

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