Presidente do TRE-MS será julgada por usar função para soltar filho preso por tráficos

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A Justiça na Justiça …. o Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul ou membro de destaque da corte acaba de entrar para o rol de réus, que tinha em tese de somente julgar os erros dos ‘outros. Mas, uma denuncia e provas até então ‘robustas’ fez com que o TJ-MS (Tribunal de Justiça de MS) aceitasse denúncia feita pelo MPE (Ministério Público Estadual) contra uma desembargadora da casa, Tânia Garcia de Freitas Borges, em função atual de presidente do TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral). Ela foi acusada e será processada por improbidade administrativa por usar a máquina pública e sua estrutura em benefício próprio em ação que visava liberar o filho, Breno Fernando Solon Borges, 38 anos, preso em abril de 2017, por tráficos de droga e armas.

A desembargadora começou a ir ao banco dos réus com denuncia oficializada no TJ-MS pelo MPE no ultimo dia 17 de janeiro, como o Página Brazil noticiou, onde a defesa da juíza alegava e anunciou ser “Improcedente e desproporcional a denuncia” ante acusação de envolvimento e uso do cargo para ajudar o filho, que cometeu diversos crimes e está respondendo na Justiça sobre acusações como tráfico de drogas e armas, porte ilegal de arma de fogo e de integrar organização criminosa. A desembargadora tem ainda contra si, que este não foi o primeiro caso de sua ação em beneficio a este filho. Como ainda, já havia feito movimento parecido há 12 anos, em outro caso criminal envolvendo outro filho. Veja em matéria anterior, todo o resumo dos casos, que tiveram semelhança.

A magistrada foi denunciada pelo MPE-MS, com caso que virou repercussão e vergonha nacional, onde se afirma que ela teria feito pedidos e usado a estrutura e o tempo da função pública para mexer no processo do filho. Assim, nesta quina-feira, 1º de março, a decisão foi dada pelo juiz David de Oliveira Gomes Filho, da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, que aceitou a denúncia por improbidade administrativa contra Tânia e o então chefe de gabinete da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), Pedro Carrilho Arantes, que teria contribuído ou se envolveu na questão.

O MPE aponta que os dois ignoram um novo mandado de prisão preventiva e o ritual legal para tirar Breno da Penitenciária de Segurança Média de Três Lagoas. Agora, eles irão a julgamento, e se condenados, podem perder os direitos políticos por até cinco anos, pagar multa superior a R$ 8 milhões e ainda devolverem ao Estado os gastos com transferência e escolta de Borges, que saiu de Três Lagoas e veio para Campo Grande, onde ficou no Hospital Nosso Lar por menos de 24 horas.

Tânia chegando para buscar Breno na cadeia de Três Lagoas

Processo iniciou em ação civil pública

O procedimento iniciou em denúncia que foi investigada e se tronou uma ação civil pública por meio de três promotores do Patrimônio Público – Marcos Alex Vera, Adriano de Resende e Humberto Lapa Ferri. Como parte da denúncia, Tânia é acusada de usar viatura descaracterizada da Polícia Civil junto de agente penitenciário e delegado de polícia para ir a Três Lagoas soltar o filho.

A defesa da desembargadora tentou derrubar o processo alegando que os promotores não tinham competência para mover a ação e ainda pediu que fosse levado em consideração o foro privilegiado da juizá. O juiz David de Oliveira, não aceitou a argumentação e ainda apontou que “o foro, só é válido para o presidente do Tribunal de Justiça, não para a presidência do TRE”.

Segundo os promotores, não havia habeas corpus. O diretor do presídio em Três Lagoas na ocasião consultou Arantes, que teria inventado haver uma decisão judiciária pela soltura. Tânia, que estaria nervosa, ameaçou prender o funcionário público caso não cumprisse sua ordem.

Retorno a cadeia após manobra de ir para clinica

Breno Fernando Solon Borges está em cela isolada do Presídio de Segurança Média de Três Lagoas, após a Justiça derrubar laudo que atestava problema psiquiátrico e permitia seu ‘tratamento’ em clínica particular. Em dezembro, ele foi flagrado por agentes penitenciários com um celular em sua cela.

Veja em nossa matéria anterior, todo histórico desde a primeira prisão, soltura que envolveu sua mãe, transferência para clinica e nova prisão.

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