Principais candidatos na Argentina se declaram contra entrada do país no Brics

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Os dois principais candidatos à presidência da Argentina, Javier Milei e Patricia Bullrich, se declararam contra a entrada do país no Brics – grupo atualmente formado por Brasil, China, Rússia, Índia e África do Sul. O bloco econômico anunciou a expansão na 5ª feira (24.ago), que, além da Argentina, contará com a adesão de outros cinco países a partir de 2024.

Em discurso no Conselho das Américas, Milei, que venceu as eleições primárias com 30% dos votos, disse que, caso vença a disputa de outubro, não se alinhará “com comunistas”. “Nosso alinhamento geopolítico é com os Estados Unidos e com Israel. Isso não significa que o setor privado não possa negociar com quem quiser”, disse o político de extrema-direita.

Pouco tempo depois, Patricia também se pronunciou sobre o assunto, afirmando que a Argentina não fará parte do Brics em um novo governo. “De forma alguma vamos endossar a Argentina com autoritarismos populistas: vamos tirar o país desta aliança com o Irã, responsável pelo ataque à AMIA [em Buenos Aires], e com a Rússia, invasora da Ucrânia.”

A adesão da Argentina ao Brics foi anunciada por todos os representantes do grupo, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No discurso, o petista dedicou uma mensagem ao atual presidente argentino, Alberto Fernández, chamando-o de “grande amigo do Brasil e do mundo em desenvolvimento”.

Pelas redes sociais, Fernández, que não irá concorrer à reeleição, comemorou a adesão, dizendo que a medida representa um novo passo na história do país, “que será protagonista de em um bloco que representa mais de 40% da população mundial”.

Como a entrada da Argentina ao Brics não se trata de um acordo e sim de um compromisso, no entanto, o país pode retirar a adesão caso Milei ou Patricia vença a eleição. Além disso, como já anunciado anteriormente, em uma administração de Milei, o lugar argentino no Mercosul também poderá estar comprometido.