Protestos no Chile continuam mesmo com troca de ministros; cidades registram confrontos

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Decisão anunciada pelo presidente Sebástian Piñera não foi suficiente para encerrar protestos, em que manifestantes pedem apuração sobre mortes. Governo não vai decretar novo estado de emergência.

Manifestantes voltaram às ruas do Chile nesta segunda-feira (28), mesmo após o presidente Sebastián Piñera anunciar a troca de oito ministros do governo. Houve confrontos em Santiago e em outras cidades do país.

Policiais jogam água para dispersar manifestantes que protestavam no centro de Santiago, capital do Chile, nesta segunda-feira (28) — Foto: Esteban Felix/AP Photo

Manifestantes voltaram às ruas do Chile nesta segunda-feira (28), mesmo após o presidente Sebastián Piñera anunciar a troca de oito ministros do governo. Houve confrontos em Santiago e em outras cidades do país.

Na capital, por causa dos tumultos, o metrô fechou as portas mais cedo e vai reabrir às 7h na terça-feira – uma hora mais tarde do que o normal. Alguns manifestantes voltaram a incendiar estações e a fazer barricadas nas ruas da cidade.

Também em Santiago, um incêndio de grandes proporções atingiu um centro comercial na principal avenida da cidade a 850 metros do Palácio La Moneda, sede do governo. Não se sabe, entretanto, se o fogo tem relação com os protestos que ocorrem na capital chilena.

Manifestante joga bicicleta em fogueira de barricada em Santiago, no Chile, nesta segunda-feira (28) — Foto: Edgard Garrido/ReutersManifestante joga bicicleta em fogueira de barricada em Santiago, no Chile, nesta segunda-feira (28) — Foto: Edgard Garrido/Reuters

Manifestante joga bicicleta em fogueira de barricada em Santiago, no Chile, nesta segunda-feira (28) — Foto: Edgard Garrido/Reuters

Manifestante carrega bandeira chilena em frente a barricada no centro de Santiago, no Chile, nesta segunda-feira (28) — Foto: Edgard Garrido/ReutersManifestante carrega bandeira chilena em frente a barricada no centro de Santiago, no Chile, nesta segunda-feira (28) — Foto: Edgard Garrido/Reuters

Manifestante carrega bandeira chilena em frente a barricada no centro de Santiago, no Chile, nesta segunda-feira (28) — Foto: Edgard Garrido/Reuters

De acordo com o jornais chilenos, também houve tumulto em Antofagasta, Concepción, Temuco e Valparaíso, com confrontos entre manifestantes e forças de segurança.

Segundo o jornal “La Tercera”, um hospital de Valparaíso – cidade portuária que abriga o Legislativo chileno – recebeu cerca de 25 pessoas feridas no protesto, a maioria com ferimentos graves nos olhos.

O principal motivo dos protestos desta segunda-feira – que reuniu menos pessoas do que outros atos no fim de semana – são as mortes de manifestantes. Órgãos de imprensa chilenos estimam que ao menos 20 morreram desde o recrudescimento da crise, há 10 dias. A Organização das Nações Unidas (ONU) vai enviar uma equipe para averiguar as denúncias de violação aos direitos humanos.

Apesar dos tumultos, o governo chileno rejeitou convocar novo estado de emergência. Piñera decretou a medida na madrugada de 19 de outubro, no início da crise, mas ela deixou de valer a partir desta segunda-feira por decisão do presidente após um protesto dias antes reunir mais de 1 milhão de pessoas em Santiago.

Promotor nega suspeitas sobre estrangeiros

Manifestantes incendeiam passagem subterrânea em Santiago nesta segunda-feira (28), novo dia de protestos no Chile — Foto: Edgard Garrido/Reuters

Manifestantes incendeiam passagem subterrânea em Santiago nesta segunda-feira (28), novo dia de protestos no Chile — Foto: Edgard Garrido/Reuters

O promotor responsável pelas investigações sobre os ataques ao metrô de Santiago, Omar Mérida, negou que estrangeiros estejam entre os suspeitos de vandalismo nas estações. “Não há antecedentes que nos permitam identificar pessoa nenhuma neste minuto. E muito menos determinar, com certeza, a nacionalidade”, afirmou.

A declaração foi dada após reportagem do jornal “La Terceira”, atribuindo a fontes policiais, dizer que venezuelanos e cubanos estariam por trás das manifestações violentas – o que gerou repercussão na imprensa local.

“A investigação que eu conduzo não tem registro sobre identidades específicas nem de nacionalidades específicas”, afirmou o promotor.