Putin declara vitória em Mariupol e cancela ataques à fábrica Azovstal

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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou, nesta 5ª feira (21.abr), que os militares cancelem o plano de invadir a usina siderúrgica Azovstal, localizada na cidade portuária de Mariupol. Segundo ele, a vitória das forças russas na região já foi declarada e, portanto, não há motivos para tentar erradicar os soldados e civis ucranianos que permanecem escondidos na fábrica.

 

“Não há necessidade de escalar essas catacumbas e rastejar no subsolo através dessas instalações industriais. Bloqueie esta área industrial para que nem mesmo uma mosca possa passar”, disse Putin ao ministro da Defesa, Sergei Shoigu. No total, o governo estima que 2 mil combatentes ucranianos permaneçam na usina siderúrgica, local que se tornou a linha de frente dos confrontos.

Com o rápido e intenso avanço da ofensiva russa em Mariupol, o principal negociador da Ucrânia, Mykhailo Podolyak, propôs que conversas fossem realizadas entre os países sobre o destino dos soldados e civis. Apesar do governo uraniano ter evacuado um grande número de moradores ontem (21.abr), cerca de 95 mil civis permanecem no local.

“Um a um. Dois a dois. Para salvar nossos homens, Azov (batalhão), militares, civis, crianças, os vivos e os feridos. Todos. Porque eles são nossos. Porque eles estão em meu coração. Para sempre”, escreveu Podolyak nas redes sociais.

Com a ocupação da cidade pelas forças russas, especialistas temem que o exército conecte por terra a Crimeia, anexada por Moscou em 2014, com as regiões separatistas de Donbass. O cenário disponibilizaria uma importante passagem de suprimentos e liberaria um grande número de soldados para participar dos conflitos em outras partes da Ucrânia.

Eleições na França: Macron acusa Le Pen de “estar nas mãos” da Rússia

Declaração do presidente foi feita em debate eleitoral

Em 2017, Macron venceu Le Pen no pleito com ampla vantagem | ReproduçãoEm 2017, Macron venceu Le Pen no pleito com ampla vantagem | Reprodução

A poucos dias do segundo turno da eleição presidencial na França, os candidatos Emmanuel Macron (social liberal) e Marine Le Pen (extrema-direita) encontraram-se para um debate transmitido ao vivo na tarde de 4ª feira (20.abr). No encontro, marcado por propostas e planos de governo, Macron acusou Le Pen de corrupção e de “estar nas mãos da Rússia”.

 

“Digo com muita seriedade que a senhora dependeu do poder russo e do senhor [Vladimir] Putin alguns meses antes de contratar um empréstimo em um banco russo próximo do poder. E a senhora voltou a tomar empréstimo com outros atores que estão implicados na guerra na Síria”, disse Macron, enfatizando que a deputada não quitou as dívidas feitas.

Le Pen admitiu ter feito o empréstimo depois da recusa de bancos franceses, mas rebateu a acusação do atual presidente. “Não o deixarei dizer que [o empréstimo tomado em favor do partido] não foi reembolsado. Nós o pagamos todo o mês. Somos um partido pobre, mas não desonrado”, afirmou.

Os comentários foram feitos devido ao assunto da guerra da Rússia contra a Ucrânia, tratado logo de início pelos candidatos. Mais uma vez, Macron afirmou o apoio às forças ucranianas e disse que era dever da França ajudar o país com armas e o acolhimento de refugiados. Le Pen também concordou com o apoio à Ucrânia, mas afirmou que deve haver limites nas retaliações contra a Rússia.

 

O segundo turno da eleição presidencial acontece no próximo domingo (24.abr). De acordo com a última média de pesquisas Steria, o atual presidente lidera a projeção de votos por 12 pontos. No entanto, apenas 69% dos franceses afirmam ter certeza que irão votar no político, incluindo cerca de 6 em cada 10 franceses que votaram no esquerdista Jean-Luc Mélenchon durante o primeiro turno.