Suspeitos de envolvimento na morte de Gabriel Rossi são trazidos para Dourados

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As quatro pessoas acusadas de envolvimento no assassinato de Gabriel Paschoal Rossi, 29 anos, estão sendo trazidas da cidade de Pará de Minas (MG) para Dourados.

Trata-se de três homens e uma mulher. O grupo deve chegar na cidade e serem apresentados no 1º Distrito Policial de Dourados nesta terça-feira (8/8).

Eles foram identificados após trabalho investigativo do SIG/NRI (Setor de Investigações Gerais/Núcleo Regional de Inteligência) de Dourados, com apoio da PRF (Polícia Rodoviária Federal) e PCMG (Polícia Civil de Minas Gerais).

Pará de Minas está localizado a 80 quilômetros de distância de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, e a 1,3 mil quilômetros de Dourados.

Trabalho de equipe de perícia criminal da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul indica que Gabriel chegou a ser torturado e morto por estrangulamento.

A vítima estava desaparecida, sendo encontrada no dia 3 de agosto, quinta-feira passada, no cômodo de residência no bairro Vila Hilda, com pés e mãos amarrados.

O corpo estava há pelo menos quatro dias no local, ainda segundo análise de papiloscopistas.

Detalhes sobre motivações e circunstâncias do homicídio devem ser divulgados oficialmente pela Polícia Civil durante apresentação dos suspeitos, nesta terça-feira (8/8).

Gabriel Paschoal Rossi havia se formado em medicina em março deste ano e atuava na UPA (Unidade de Pronto Atendimento Comunitário), Hospital da Vida e Cassems (Caixa de Assistência dos Servidores de Mato Grosso do Sul).

Cobrança de dívida em esquema fraudulento motivou assassinato de médico em Dourados

08 agosto 2023 – 11h57Por Gizele Almeida

A cobrança de valores obtidos de forma indevida, por meio de auxílio a um esquema de fraude em cartões de crédito é o que motivou o assassinato do médico Gabriel Paschoal Rossi, 29, em Dourados. A informação foi repassada pela Polícia Civil, durante coletiva de imprensa –para assistir na íntegra clique aqui– realizada na manhã desta terça-feira (08). A mentora do crime foi Bruna Nathalia de Paiva, 29, que contratou Guilherme Augusto Santana, 34 anos, Keven Rangel Barbosa, 22, Gustavo Kenedi Teixeira, 27 para que assassinassem o médico.

Conforme o delegado Erasmo Cubas, Gabriel tinha contato com Bruna, uma das “cabeças do esquema” e atuava fornecendo documento de pessoas em tese mortas e recebia cartões fraudulentos para utilizar.

“Ele encaminhava fotos, criava logins, fazia contas para ter acesso a pequenos montantes”, disse ao complementar com a informação de que o jovem não se utilizou da atuação profissional como médico para essas ações.

Ainda conforme o delegado, “tudo estava dando certo, até Gabriel ter participado de um evento, com um montante mais alto que a Bruna não queria passar para ele”. O valor em questão seria algo estimado em R$ 500 mil.

Foi então que o médico recém-formado teria cobrado a mulher para que lhe passasse o valor e disse que se ela não o fizesse entregaria o grupo. Para Cubas, ela, que tem “expertise em golpes” era o único contato dele no grupo de estelionato.

“Ele tinha contato com a Bruna, nesse esquema de fraude de cartão de crédito. Ela aliciou ele, era ela o contato dele, ele não tinha mais contato com outras pessoas. Ele recebia documentos para fazer saques e ficava com uma parte do saque dos benefícios”, cita.

Diante do ‘desacordo’, Bruna contratou o trio para que matasse Gabriel.  A polícia destacou que ela intermediou todo o processo, no entanto, não estava na cena do crime. A mulher teria solicitado que o médico encontrasse um amigo mineiro dela, na casa locada na Vila Hilda para repassar informações sobre contatos fornecedores de droga.

“Ele acreditou que ia fazer contato com o amigo da Bruna para  apresentar pessoa para comprar droga em Ponta Porã”, diz o delegado ao informar que não existem ligações que levem o médico a participação em esquema de tráfico, sendo que aparentemente ele apenas indicaria pessoas do meio.

O médico chegou à casa na Vila Hilda no dia 27 e “de lá não saiu mais”, conforme a Polícia Civil. A partir de então, ele foi amarrado e torturado, sendo obrigado também a passar ao grupo a senha do celular.

O corpo foi encontrado somente no dia 3 de agosto, mas a polícia acredita que as torturas ocorreram no dia 27 e Gabriel tenha ficado cerca de 48 horas agonizando.

A polícia acredita que Gabriel contribuísse com o esquema de fraude, já alguns anos, “desde a faculdade”, não sabendo precisar tempo específico.

Como mostrado pelo Dourados Newsa mulher e os três homens presos em Minas Gerais e trazidos para Dourados nesta segunda-feira (07).

O grupo ainda não prestou depoimentos de forma oficial.

A Polícia Civil fala em homicídio qualificado com tortura sem que a vítima pudesse reagir.