Comissão de Ética da CBF afasta presidente Rogério Caboclo por 30 dias

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O Conselho de Ética da CBF afastou o presidente Rogério Caboclo, por 30 dias, neste domingo, após uma funcionária da entidade acusá-lo de assédio sexual e moral, segundo o ge. Durante este período, o vice Antônio Carlos Nunes assume interinamente. A CBF já foi notificada da decisão do Conselho.

Houve pressão dos patrocinadores e de dirigentes das federações estaduais para o afastamento de Caboclo.

A denúncia foi protocolada na sexta-feira por uma funcionária que relatou conversas inoportunas e comportamento inapropriado do dirigente, segundo o site ge. O colunista Lauro Jardim, do GLOBO, revelou parte de um diálogo, que foi gravado por ela. Em um dos trechos, Caboclo chega a perguntar se ela se masturbava e ouviu como resposta que a estava deixando sem graça e que ela não queria falar sobre o assunto.

Até então, Caboclo tentava sobreviver politicamente e assegurar a realização da Copa América no Brasil. O relacionamento com o técnico da seleção brasileira, Tite, ficou ainda mais estremecido com a crise gerada pela transferência da competição para o país. Por causa disso, de acordo com o jornalista do SporTV André Rizek, Caboclo prometeu ao presidente Jair Bolsonaro que a seleção teria um novo técnico após o jogo contra o Paraguai, na terça-feira, pelas eliminatórias da Copa do Qatar. A informação também foi dada pelo jornal espanhol ‘As’ e o nome em voga é o de Renato Gaúcho.

O treinador está sem clube desde que deixou o Grêmio, em abril, e já manifestou diversas vezes seu desejo de treinar o Brasil. Ele agrada por estar alinhado politicamente ao bolsonarismo. Inclusive, em abril do ano passado, ele assessorou, informalmente, o presidente na retomada do futebol brasileiro durante a pandemia. Na ocasião, o treinador disse não ser o momento ideal para voltar aos jogos.

Como o ‘As’ destacou, a Copa América é uma “questão de honra” para o presidente. No sábado, ele ratificou o apoio ao evento em reunião com a Conmebol, que não contou com a presença dos capitães das seleções. Para Bolsonaro, a competição pode ser politicamente favorável ao governo, caso tudo ocorra bem e a seleção brasileira, uma das favoritas, seja campeã. Ainda seria uma resposta ao governo da Argentina, antagonista ao Brasil, que desistiu de sediar o torneio.

Porém, a entidade não contava com o motim dos jogadores da seleção – outras equipes também foram contrárias à Copa América no momento da pandemia na América do Sul – e o apoio a Tite. Há informações de que após o jogo de terça-feira, eles devem se posicionar oficialmente contrários ao evento, porém decidirão jogá-la.