Em carta, Fahd afirma que é doente e vive sob perseguição de traficantes

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O empresário Fahd Jamil Georges, 75 anos, que se apresentou nesta segunda-feira (19) à Justiça de Mato Grosso do Sul, disse em carta aberta que é um homem doente e que vive sob perseguição de traficantes.

A defesa também argumentou durante entrevista à imprensa, que Fahd é constantemente ameaçado e teme pela vida. Eles pleiteiam que ele cumpra prisão em regime domiciliar pelo risco de morte por rivais em Presídio, pela saúde debilitada e pelo risco da covid-19.

A carta foi divulgada horas depois da prisão de Fahd, que está alojado na sede do Garras, por enquanto. Ele deve passar por perícia e fazer exames de corpo de delito antes de as autoridades definirem se ele permanecerá preso em uma unidade prisional ou cumprirá a pena em regime domiciliar.

O conhecido como ‘Rei da fronteira’ disse que é um homem idoso e sustentado pelos filhos, além de não dever nada para a Justiça. “Sou um homem idoso, doente e sob perseguição de traficantes. Estou aposentado e vivo sustentado pelos filhos. Não tenho antecedentes criminais (certidão negativa).”

Ainda no texto, ele afirma que sempre colaborou com as forças de segurança do Estado e que está disposto a contribuir, por isso a decisão de se entregar.

“ É bastante divulgado que sempre colaborei para o equilíbrio da segurança na região da fronteira. Minha história de vida revela permanente respeito e colaboração com as autoridades em geral, pela importância das atribuições que elas exercem. Por isso tudo, pretendendo zelar pelos meus direitos nos processos em curso, tomei a decisão de me apresentar na unidade local do Garras, em mais uma atitude de consideração pelos poderes públicos em geral. Doravante meus advogados Gustavo Badaró e André Borges falam por mim e me representam legalmente.”

A defesa explica que aguarda decisão das autoridades da Justiça de Mato Grosso do Sul. “Cumprimos o mandado de prisão, que é uma formalidade e vamos analisar os próximos passos da defesa. Vamos aguardar as decisões das próximas horas até para verificar se vão decidir onde ele vai ficar. Temos um habeas corpus pedindo a prisão domiciliar e temos outro questionando a competência da vara especializada para crimes organizados para julgar o caso”, disse Gustava Badaró.

Veja a carta na íntegra:

(Carta de Fhad Jamil. Foto: Divulgação)

Defesa de Fahd alegou risco de contaminação por covid-19 em pedido de domiciliar

Ele estava foragido e se apresentou à Justiça nesta segunda-feira. Defesa diz que Fahd é inocente

19 abril 2021 – 11h50Por Rayani Santa Cruz e Willian Leite

O advogado Gustavo Badaró responsável pela defesa do empresário Fahd Jamil Georges, 75 anos, que se apresentou à Justiça de Mato Grosso do Sul após anos foragido, disse que o cliente corre risco de contaminação pela covid-19, caso seja encaminhado para algum Presídio.

Fahd é apontado como chefe do crime organizado e acusado de diversos crimes. A defesa disse que ele permaneceu foragido devido ao fato “da defesa estar procurando a possibilidade do cumprimento da pena em regime domiciliar”.

“Aliás, isso [prisão domiciliar] era basicamente a vida dele nos últimos anos. Ele pouco ou mal saia de casa e permanecia na residência dele porque precisa realizar tratamento de saúde. Quando viajava era basicamente para São Paulo para se consultar e fazer exames de rotina com os médicos.”

A defesa acredita que com a apresentação espontânea do ‘rei da fronteira’ a chance de conquistar a prisão domiciliar é maior. O advogado afirma ainda que até pelo risco de contaminação da covid-19 “é mais lógico que se defira a prisão domiciliar”. Além disso, laudos médicos sobre doença pulmonar crônica foram entregues.

Fahd é acusado de diversos crimes e Badaró afirma sobre sua inocência.

“Ele se declara inocente e não é responsável por nenhum desses crimes. Ele não é mandante de nenhum homicídio. Ele não praticou qualquer forma de corrupção. A acusação de organização criminosa é uma acusação, que se baseia muito mais numa fama do passado, do que em qualquer ato concreto. A acusação não traz nenhum elemento que indique, que ele continue agindo, atuando ou interferindo na prática em qualquer crime.”

Ele chegou na Capital nesta segunda-feira (19) em uma avião particular no aeroporto Santa Maria, em Campo Grande e foi encaminhado a sede do Garras para tramites legais.