Médica é a primeira vítima identificada do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, MG

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A médica Marcelle Porto Cangussu é a primeira vítima identificada do rompimento de uma barragem da Vale, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, ocorrido na sexta-feira (25). Ela tinha completado 35 anos no dia anterior à tragédia.

Marcelle trabalhava na Vale desde 2016 não estava escalada para trabalhar na sexta-feira, mas foi chamada de última hora.

A reportagem do G1 entrou em contato com o padrasto de Marcelle, Christian Garrido Higuchi, e ele disse que a família está no Instituto Médico Legal (IML), em Belo Horizonte, para resolver as questões burocráticas, e não deu outras informações.

Ao menos 9 pessoas morreram em razão da tragédia e 354 pessoas estão desaparecidas, segundo o Corpo de Bombeiros. A Vale, entretanto, divulgou em seu site uma lista com cerca de 413 pessoas com as quais não tinha contato.

Vítima de Brumadinho morreu um dia após comemorar aniversário de 35 anos

Marcelle Porto Cangussu, médica da Vale e primeira vítima identificada no rompimento da barragem de Brumadinho

BRUMADINHO (MG) — Primeira vítima identificada no rompimento da barragem da mina Córrego do Feijão , em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, Marcelle Porto Cangussu, de 35 anos, era médica com especialização em Medicina do Trabalho e trabalhava há cerca de cinco anos na Vale. O corpo foi reconhecido através das impressões digitais. Única profissional da área no local, ela estava em horário de almoço, no próprio lugar onde dava expediente, quando a tragédia aconteceu.

Mirelle Porto, mãe da vítima, relatou ao EXTRA que, na noite anterior ao rompimento da barragem, a família comemorou o aniversário de Marcelle.

— No dia 24 de janeiro, ficamos com ela até meia-noite. No dia seguinte, às 7h30m, ela já estava no trabalho. A ideia era continuar as comemorações pelo aniversário com os amigos dela na noite de sexta-feira (25) — contou. — Minha filha era agraciada em todos os sentidos. Orgulhava-se demais do trabalho, desdobrava-se em horários e plantões longos. Às vezes, entrava às 7h e saía às 20h. Era uma pessoa brilhante. Passou em terceiro lugar no vestibular da UFMG, onde cursou a faculdade. Morreu feliz, com certeza, trabalhando no que sempre desejou.

Larissa Porto, irmã de Marcelle, ressaltou que a maior preocupação da família se relacionava com o fato de ela dirigir diariamente cerca de 25 quilômetros para ir ao local de trabalho, já que morava em Belo Horizonte.

— Até onde sei, ela nunca demonstrou se preocupar com insegurança no trabalho. Nossa família se preocupava, sim, com o fato de ela pegar a estrada para ir para lá, mas nunca sobre estar trabalhando no local com medo de rompimento — ressaltou. — Ela era muito linda e cheia de vida, além de paixonada por medicina e por seu trabalho.