Palestinos invadem armazéns de agência da ONU em Gaza para pegar comida e produtos de higiene

0

Milhares de pessoas invadiram os armazéns e centros de distribuição de uma agência da Organização das Nações Unidas (ONU) nas zonas central e sul da Faixa de Gaza. Segundo comunicado da ONU divulgado neste domingo (29.out), palestinos levaram farinha de trigo e outros artigos básicos de sobrevivência, como produtos de higiene. Um dos armazéns, em Deir al-Balah, é onde a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA), órgão ligado à ONU, armazena os suprimentos dos comboios humanitários vindos do Egito. Segundo a ONU, os serviços de internet e telefonia, que tinham sido cortados na sexta-feira (27.out) foram normalizados.

“Este é um sinal preocupante de que a ordem civil está a começar a ruir depois de três semanas de guerra e de um cerco apertado a Gaza”, disse Thomas White, Diretor de Assuntos da UNRWA na Faixa de Gaza. “As pessoas estão assustadas, frustradas e desesperadas. As tensões e o medo são agravados pelos cortes nos telefones e nas linhas de comunicação pela Internet. Eles sentem que estão sozinhos, isolados das suas famílias dentro de Gaza e no resto do mundo.”

A invasão das Forças de Defesa de Israel por terra, com a entrada de tanques do exército israelense em ofensiva contra o Hamas, além dos bombardeios aéreos forçaram a população de Gaza a fazer um deslocamento maciço de pessoas do norte para o sul. Segundo a ONU, isso colocou uma enorme pressão sobre essas comunidades, acrescentando ainda mais peso aos serviços públicos em ruínas. Algumas famílias receberam até 50 parentes abrigados em uma mesma casa.

“Os fornecimentos no mercado estão a esgotar-se enquanto a ajuda humanitária que chega à Faixa de Gaza em camiões provenientes do Egipto é insuficiente. As necessidades das comunidades são imensas, mesmo que apenas para a sobrevivência básica, enquanto a ajuda que recebemos é escassa e inconsistente”, disse White.

A UNRWA recebeu cerca de 80 caminhões com mantimentos desde o início do conflito, no dia 7 de outubro. Com o corte de internet e telefonia na região ocorrido na sexta-feira (27.out), não houve combio para a entrega de mantimentos.

“Apelamos a uma linha de fluxo regular e constante de fornecimentos humanitários para a Faixa de Gaza para responder às necessidades, especialmente à medida que as tensões e frustrações aumentam”, concluiu White.

Assista ao vídeo

‘Estamos morrendo’, diz brasileiro

Estamos morrendo aqui”. Assim, Hasan Rabee, um dos brasileiros que aguardam resgate na Faixa de Gaza definiu, neste sábado (28.out), a situação de terror vivida pelas pessoas que seguem na zona de conflito. Durante a semana, o SBT News publicou vídeos em que Rabee mostra a situação em Gaza e mostra até mesmo a fumaça de uma explosão ocorrida próximo ao local de onde os brasileiros estão abrigados.

Apesar do medo relatado por Hasan, o Escritório de Representação do Brasil em Ramala, na Cisjordânia, informou que restabeleceu o contato com os brasileiros em Rafah e Khan Younes e que todos estão seguros.

O grupo, formado por 34 pessoas, das quais 24 brasileiros, sete palestinos em processo de imigração e três palestinos familiares, aguarda a liberação do governo egípcio para ser resgatado e retornar ao Brasil.

O escritório conseguiu contato por meio de um motorista contratado para verificar a situação in loco. A representação brasileira informou que apesar do constante clima de tensão e medo, todos os brasileiros estão bem, com alimento, água e gás para os próximos dias.

Os cidadãos abrigados ainda pediram ao Brasil para mandar mantimentos a mais, uma vez que o preço da comida e outras mercadorias em Gaza quase triplicaram.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here