Em ritmo agitado, mas discurso ‘paz e amor’, Puccinelli faz pré-campanha no interior

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São cinco horas da manhã e o barulho no hotel já começou. Um grande grupo formado por políticos e assessores se prepara para sair. É a terceira etapa de um programa de “pré-campanha” capitaneado por André Puccinelli, ex-governador do Estado, líder do MDB e pré-candidato ao Governo do Estado.

Dessa vez, o Pré-na-Estrada acompanhou a comitiva de Puccinelli. “Não é caravana, é Comitiva”, brinca. No dia anterior, às 19h40 uma comitiva segue para o evento do MDB em Jardim. No local perto de 200 pessoas espalhadas no local e aparato total já esperam pelo pré-candidato André Puccinelli. Cercado de mandatários, mesmo ao lado de um ministro de Estado, senadores, deputados e afins, André continua a estrela.

Ainda assim, às 6h da manhã o grupo já tomou café e “pré-na-estrada” para não perder o trocadilho. Depois de Jardim, o rumo é a “terra da linguiça”, Maracaju. E se o trabalho no dia anterior foi até perto da meia noite, ainda assim é preciso manter o pique do chefe.

“Ele não para nunca. Segue um ritmo louco, aprendi com ele”, confessa Carlos Marun, atual ministro da Secretaria de Governo. O mesmo diz o senador Waldemir Moka, animadíssimo durante o café e já fazendo planos para as próximas agendas.

“Começo de cantiga é assobio, estamos só assobiando”, diz o Moka com um sorriso no rosto logo cedo, que talvez só os políticos tenham. E não há distinção: todo mundo em pé e rumo aos compromissos no mesmo horário que o chefe. Sem reclamações, o que vemos é quase uma brincadeira de “siga o líder”.

“Vamos todos juntos, sempre assim, desde que ele era prefeito, é uma união muito forte e isso é a lealdade que nos une, não é um grupo que começou agora”, diz Alexandre Rezende, que apesar de não ter cargo eletivo, não esconde o “amor” pelo “chefe”.

Alguns conversam até demais, mas quando vê o crachá da equipe, já fala. “Mas isso é em off viu, nem escreve nada, por favor”. Na condição de anonimato, a conversa flui. “Ele é um líder nato. Com cargo ou sem cargo, ninguém sai de perto. Eu mesmo, fiquei sem cargo, trabalhando na vida ‘normal’ e quando ele chamou, eu vim. Sem pestanejar. Aqui, a maioria paga do bolso para acompanhar o André”, garante.

Jardim, terra governada por “tucano” mas que “tem manda brasa”

Na associação comercial, a organização é quase que impecável. As pessoas parecem gostar de abraçar André, mas se incomodam com o séquito de seguidores que acompanham a comitiva, grande por sinal.

“Nem precisa tanta gente, a gente se sente meio acuado quando vai tentar conversar, tem sempre alguém tirando uma foto, parece que a gente está sendo vigiado”, diz o morador de Jardim,  Antonio de Bastos, que com 58 anos foi ali para assistir e ficou mais tímido numa cadeira no meio da plateia.

E em época que política gera tanta discussão e ódio destilado, tem sempre alguém que fala uma maldade. “Falei que não quero tirar foto porque vai que a Federal [Polícia] aparece”, diz uma mulher bem entusiasmada com a presença de André, sentada nas últimas cadeiras do do pátio cheio e com um mini auditório montado  com cadeiras de plástico branco.

Apesar disso, quando o ex-governador se aproxima, ela diz: “Meu Governador”. Ao ser questionada sobre ter falado sobre a prisão de André Puccinelli mas ter abraçado e elogiado o trabalho dele quando o ex-governador se aproximou. “Ah, ele é ex-governador, não dá para negar que ele encanta”, diz a senhora de meia idade, bem efusiva. Apesar disso, a mulher preferiu não dar nomes. “Não, nem coloca meu nome, que eu coloquei isso, pelo amor de Deus”, foge.

Na plateia o professor Ilzo Meirelles, 40 anos, assiste atentamente. Apesar de não ser filiado, ele declara preferência por André Puccinelli. “Ah, quando ele era governador ele ajudou muito a classe dos professores. Nossa categoria foi valorizada e eu quero ouvir o que ele tem para dizer. Quero ouvir também o Odilon [de Oliveira, ex-juiz e também pré-candidato]. Já o Azambuja não vou ouvir, porque não terá meu voto novamente”, assume.

Os que sentam a frente, são “Andrezistas” assumidos. Esse é o caso de Nádia, moradora na cidade há sete ano, filiada ao MDB. “Tenho sim, preferência por ele. Dr. André foi o melhor governador que tivemos. Até vou ouvir as outras propostas, mas prefiro ele”.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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