EUA e mundo podem contar com Brasil na luta pela democracia e preservação da Amazônia, diz Lula na Casa Branca

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou nesta sexta-feira que os EUA e o resto do mundo podem contar com o Brasil na luta pela democracia e pela preservação da Amazônia, durante encontro com o presidente dos EUA, Joe Biden, na Casa Branca Brasil. Durante declarações antes de uma manter uma bilateral, o líder brasileiro afirmou que o Brasil se automarginalizou nos últimos quatro anos, em referência indireta à gestão de Jair Bolsonaro.

— Esteja certo que os Estados Unidos e o resto do mundo podem contar com o Brasil na luta pela democracia e na luta pela preservação da Amazônia. Isso não é um programa de governo, mas é um compromisso de fé de alguém de quem acredita no humanismo, de alguém que acredita na fraternidade, na solidariedade. — afirmou ao lado do presidente americano. — Eu não quero viver num mundo em que os humanos se transformação em algoritmos. Eu quero viver num mundo que os humanos sejam humanos. E para isso precisamos cuidar com muito carinho daquilo que deus nos deu, que é o planeta Terra.

A visita de Lula ocorre mais de 14 anos depois de ter visitado a Casa Branca pela primeira vez. Em suas declarações iniciais, Lula indicou que, durante os quatro anos do mandato de Bolsonaro, o Brasil se marginalizou:

— O mundo dele começava e terminava com fake news, de manhã, de tarde e de noite. Ele parece que menosprezava relações internacionais — disse Lula.

Nesse contexto, lembrou que a importância das relações com os EUA, que são importantes do ponto de vista histórico, político, econômico, comercial e cultural, agora também tem como trabalho conjunto a luta pela democracia:

— Nós agora temos alguns problemas para trabalhar juntos: nunca mais permitir que haja um novo capítulo do Capitólio, e que nunca mais haja o que aconteceu no Brasil, uma invasão no Congresso Nacional, do Palácio do presidente e da Suprema Corte.

Em frente à lareira do salão oval, Biden riu e concordou:

— Isso soa familiar — disse, em referência à gestão de seu antecessor Donald Trump.

Em seu primeiro encontro presencial com o presidente americano desde que assumiu o poder, Lula começou sua fala agradecendo a Biden por ter reconhecido sua posse, pela postura de defesa da democracia e elogiou a fala de seu contraparte durante o tradicional discurso ao Congresso.

— É um discurso que cairia muito bem se fosse feito no Brasil.

Depois das declarações iniciais, os dois líderes mantêm uma conversa reservada no Salão Oval e terão um encontro estendido com a comitiva ministerial dos dois países.

Ainda no Salão Oval, se somarão aos presidentes o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, e o assessor especial da presidência, Celso Amorim. Do lado americano, participam Antony Blinken (secretário de Estado) e Jake Sullivan (conselheiro de Segurança Nacional).