Galo da Madrugada começa a tomar forma no Recife

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Após dois anos, desde o início da pandemia, o carnaval de Recife voltou a montar a escultura do Galo da Madrugada. A estrutura, de mais de 20 metro, é mais um dos preparativos para receber o visitante para a folia nas ruas pernambucanas.

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A cada hora que passa, o maior símbolo do carnaval de Pernambuco vai ganhando forma. Tudo em menos de 24 horas. Neste ano, o Galo Preto Ancestral, como foi batizado pelo artista plástico Leopoldo Nóbrega, faz uma homenagem à herança Afrodescendente do país.

A escultura, que tem mais de 600 peças feitas com materiais recicláveis espalhadas pelos 28 metros de altura toma forma. E, enquanto o carnaval não chega, os amantes do carnaval se reúnem para admirar este ícone do carnaval pernambucano, que estão saudosos do período carnavalesco.

O carnaval de Pernambuco atrai pessoas do mundo todo. A expectativa é de que o estado receba quase dois milhões de turistas, que devem movimentar  mais de dois bilhões de reais. E a cidde do Recife está vestida de cores e com toda a estrutura pronta para receber os visitantes

RIO E SÃ PAULO

LONGE DO CARNAVAL DESDE 2009, NANA GOUVÊA FALA DA ÉPOCA COMO RAINHA DE BATERIA: ‘NÃO PAGAVA, RECEBIA SALÁRIO DE R$ 5 MIL PRA SAMBAR’

Um posto de rainha de bateria no carnaval do Rio e São Paulo pode chegar a custar R$ 500 mil. Mas teve uma época em que o cargo, ainda que cobiçado, não era comercializado. Normalmente era ocupado pelas beldades que estavam nas capas das revistas masculinas e, consequentemente, no imaginário do país. Nana Gouvêa é desse tempo. Foi a partir de um pôster central na extinta “Playboy” que ela foi parar no carnaval.

“Eu posei em 1996 e nem fui capa naquele momento. Estava também no ‘Domingão do Faustão’, tinha uma visibilidade e me convidaram para ser musa”, relembra ela.

 

Alguns anos depois, Nana já era rainha de bateria da Caprichosos de Pilares, onde ficou por quatro anos. Por seu reinado, ela conta, não pagou um tostão. Pelo contrário. “Eu não pagava, recebia salário de R$ 5 mil por mês para sambar. Meu presidente dizia que era para eu pensar que aquele dinheiro servia para cuidar do meu cabelo, botar gasolina no carro, fazer fantasia para os ensaios… Era um investimento”, conta.

Carnaval 2009, desfile dda Império da Tijuca, a última vez de Nana Gouvêa no Sambódromo
Carnaval 2009, desfile dda Império da Tijuca, a última vez de Nana Gouvêa no Sambódromo Foto: Marcelo Carnaval / Agência O Globo

Em contrapartida, ela batia ponto na quadra ao menos quatro vezes por semana. E era lá que estava seu maior desafio: convencer as passistas de que poderia ocupar aquele posto. “Elas me olhavam magrinha, loirinha, nova nova, e diziam que aquela branquela não podia estar ali. Na época, eu nem me tocava. Eu tinha tanta admiração por elas que aprendi a sambar na marra. Porque elas me desafiavam, não queriam me ensinar. E cada uma tinha seu próprio passo. De tanto olhar, aprendi o de todas”, recorda.

Nana Gouvêa foi rainha de bateria da Caprichosos de Pilares durante cinco anos
Nana Gouvêa foi rainha de bateria da Caprichosos de Pilares durante cinco anos Foto: Agência O Globo / Marcos Antonio Teixeira

Nana samba até hoje. “E muito bem”, garante. O treino de cardio da academia é feito ao som dos sambas de enredo. Mas se ela pensa em retornar aos desfiles, que deixou em 2009? Nem pensar! “Todo ano me chamam. Até hoje. Eu me sinto honrada e lisonjeada, mas hoje tenho uma vida real aqui em Nova York”, justifica Nana, que acaba de receber sua licença para ser corretora de imóveis no mercado americano.

Nana Gouvea de topless na São Clemente, em 1999
Nana Gouvea de topless na São Clemente, em 1999 Foto: Fernando Maia

Aos 47 anos, namorando, mãe de duas e avó de um, ela não se vê mais no meio da folia e diz que o carnaval não foi uma forma de fazer um pé de meia. “Nunca ganhei dinheiro por causa do carnaval. Aquilo para mim era uma diversão, eu amava minhas baterias, aquela alegria das quadras”, afirma.

Não foram poucas as propostas, no entanto, que vieram por conta de sua exuberância e desinibição em desfilar quase nua. “Aquela era uma persona. Um trabalho. Nunca tive problemas em desfilar se seios de fora. Mas saía dali e voltava à minha vida normal”, observa ela.

Nana Gouvêa
Nana Gouvêa Foto: rep instagram

Quando já estava praticamente aposentada do carnaval (a última escola foi Império da Tijuca) e após fazer mais uma capa da “Playboy”, Nana recebeu uma proposta que lamenta até hoje.

“Tinha um grupo de pagode na época que queria estourar. E me propuseram receber um salário mensal para fingir que namorada o vocalista. Peguei minha bolsa e fui embora”, revela: “O carnaval me deu coisas maravilhosas, amigos, momentos. Mas também havia muito desrespeito. Não entendia muito quando comecei, mas depois passei a ser mais cascuda e deixava claro que não era porque me viam nua que me viam de verdade”.

Nana Gouvêa
Nana Gouvêa Foto: rep facebook
Nana Gouvêa
Nana Gouvêa Foto: rep instagram
Nana Gouvêa
Nana Gouvêa Foto: rep instagram